quinta-feira, outubro 29, 2009
Selo PROCEL é diferencial para IPI reduzido
Veja que interessante. Não deixa de ser um fato notável para quem pensa que todos podem fazer um pouco pela preservação dos recursos naturais.
O IPI estava reduzido para a linha branca -geladeiras, micro-ondas, freezers, fogões, tanquinhos- e a previsão era de voltar às alíquotas anteriores. A questão, antes, era a crise mundial e esperava-se um estímulo à produção e consumo.
Para não desacelerar (!) demais -e repentinamente- o consumo, a opção parece inteligente. Sim, a redução é mantida, mas apenas para aqueles equipamentos que incluem em seu sistema de produção e de operação tecnologia que permite a economia de energia. Eficiência energética. Aquele selo, colado nas geladeira nas lojas, indicam o quanto ela gasta de energia, se ela é econômica recebe classificação A. Para estas, o estímulo fiscal é mantido, por enquanto.
85% dos produtos já possuem este selo e há movimentação para que este número aumente, inclusive, agora, com esta medida e a visibilidade que o debate permite. Vamos esperar para ver o resultado!
O IPI estava reduzido para a linha branca -geladeiras, micro-ondas, freezers, fogões, tanquinhos- e a previsão era de voltar às alíquotas anteriores. A questão, antes, era a crise mundial e esperava-se um estímulo à produção e consumo.
Para não desacelerar (!) demais -e repentinamente- o consumo, a opção parece inteligente. Sim, a redução é mantida, mas apenas para aqueles equipamentos que incluem em seu sistema de produção e de operação tecnologia que permite a economia de energia. Eficiência energética. Aquele selo, colado nas geladeira nas lojas, indicam o quanto ela gasta de energia, se ela é econômica recebe classificação A. Para estas, o estímulo fiscal é mantido, por enquanto.
85% dos produtos já possuem este selo e há movimentação para que este número aumente, inclusive, agora, com esta medida e a visibilidade que o debate permite. Vamos esperar para ver o resultado!
quarta-feira, outubro 28, 2009
Bicicletas, ciclovias, cidades, cidadãos (1)
Artigo a ser publicado na edição 2 do Jornal Mileto
Em pesquisa realizada pela BBC de Londres, a bicicleta foi considerada a melhor invenção dos últimos 200 anos. Ficou à frente do computador e da Internet.
Em uma das páginas do famoso Atlanticus Codex, de Leonardo da Vinci, há relatos de um projeto de um aparato semelhante a uma bicicleta, com transmissão por corrente e roda dentada, de 1490. O Barão Von Drais inventou, em 1817, uma máquina para ajudá-lo a locomover-se através dos jardins reais. Toda de madeira, apresentava duas rodas em linha e o impulso era gerado pelos pés no chão. Apenas em 1870 surgiu a primeira máquina em metal, a High Weel Bicycle (bicicleta de roda alta, veja na ilustração), com pedais presos à roda frontal e pneus de borracha maciça. Foi a primeira a ser chamada de “bicicleta”. No período pós-guerra, nos anos que se seguiram a 1945, a bicicleta, bastante semelhante àquela que hoje conhecemos, popularizou-se em todo o mundo, que observava a reconstrução física e econômica dos países recém saídos do conflito. Foi neste contexto que as bicicletas chegaram ao Brasil e os operários das indústrias paulistas as utilizaram para seus deslocamentos. Em 1948 duas indústrias estabeleceram-se no Brasil, a Caloi e a Monark. Apesar do grande crescimento deste mercado, já na década de 1950 as bicicletas perderam espaço. Foram anos de mudanças de hábitos: eletrodomésticos, televisão e... Automóveis com gasolina barata e abundante.
Com isso, o Brasil perdeu outra oportunidade de consolidar uma cultura envolvendo mobilidade de seus cidadãos que poderia ser responsável por reflexos altamente positivos na qualidade de vida nas cidades nos dias atuais. Sim, a outra teria sido a incorporação prioritária do transporte ferroviário para carga e passageiros...
Apesar dos inúmeros exemplos, em todo o mundo, de políticas de sucesso envolvendo bicicletas, cidades e cidadãos, no Brasil ela é praticamente considerada, ainda, um brinquedo. Poucos levam a sério a idéia de usar bicicletas como meio de transporte regular. Washington Luis governou “abrindo estradas” e, assim, na encruzilhada da história, definiu o destino de milhões de pessoas. A partir daquela política, na década de 1920, o automóvel foi se transformando em ícone de status, ascensão social, sedução e falsa auto-estima do brasileiro.
As cidades cresceram expulsando o cidadão e cultuando o automóvel. Grandes estacionamentos em lugar de parques arborizados. Sistemas de transporte coletivo precários ao invés de total e eficiente conexão entre trens e ônibus. Redes viárias complexas, longas, com cruzamentos excessivos, vias estreitas, passeios espremidos e invadidos, quando poderia ter havido profundo planejamento de trajetos, distribuição espacial, riscos... As cidades perderam-se no tempo e apenas cirurgias delicadas poderão iniciar o processo de reabilitação.
(continua...)
Em pesquisa realizada pela BBC de Londres, a bicicleta foi considerada a melhor invenção dos últimos 200 anos. Ficou à frente do computador e da Internet.
Em uma das páginas do famoso Atlanticus Codex, de Leonardo da Vinci, há relatos de um projeto de um aparato semelhante a uma bicicleta, com transmissão por corrente e roda dentada, de 1490. O Barão Von Drais inventou, em 1817, uma máquina para ajudá-lo a locomover-se através dos jardins reais. Toda de madeira, apresentava duas rodas em linha e o impulso era gerado pelos pés no chão. Apenas em 1870 surgiu a primeira máquina em metal, a High Weel Bicycle (bicicleta de roda alta, veja na ilustração), com pedais presos à roda frontal e pneus de borracha maciça. Foi a primeira a ser chamada de “bicicleta”. No período pós-guerra, nos anos que se seguiram a 1945, a bicicleta, bastante semelhante àquela que hoje conhecemos, popularizou-se em todo o mundo, que observava a reconstrução física e econômica dos países recém saídos do conflito. Foi neste contexto que as bicicletas chegaram ao Brasil e os operários das indústrias paulistas as utilizaram para seus deslocamentos. Em 1948 duas indústrias estabeleceram-se no Brasil, a Caloi e a Monark. Apesar do grande crescimento deste mercado, já na década de 1950 as bicicletas perderam espaço. Foram anos de mudanças de hábitos: eletrodomésticos, televisão e... Automóveis com gasolina barata e abundante.
Com isso, o Brasil perdeu outra oportunidade de consolidar uma cultura envolvendo mobilidade de seus cidadãos que poderia ser responsável por reflexos altamente positivos na qualidade de vida nas cidades nos dias atuais. Sim, a outra teria sido a incorporação prioritária do transporte ferroviário para carga e passageiros...
Apesar dos inúmeros exemplos, em todo o mundo, de políticas de sucesso envolvendo bicicletas, cidades e cidadãos, no Brasil ela é praticamente considerada, ainda, um brinquedo. Poucos levam a sério a idéia de usar bicicletas como meio de transporte regular. Washington Luis governou “abrindo estradas” e, assim, na encruzilhada da história, definiu o destino de milhões de pessoas. A partir daquela política, na década de 1920, o automóvel foi se transformando em ícone de status, ascensão social, sedução e falsa auto-estima do brasileiro.
As cidades cresceram expulsando o cidadão e cultuando o automóvel. Grandes estacionamentos em lugar de parques arborizados. Sistemas de transporte coletivo precários ao invés de total e eficiente conexão entre trens e ônibus. Redes viárias complexas, longas, com cruzamentos excessivos, vias estreitas, passeios espremidos e invadidos, quando poderia ter havido profundo planejamento de trajetos, distribuição espacial, riscos... As cidades perderam-se no tempo e apenas cirurgias delicadas poderão iniciar o processo de reabilitação.
(continua...)
terça-feira, outubro 27, 2009
Crianças, objetivos e metas
Lembro-me bem de ter lido com atenção uma pesquisa que buscava identificar o que levava uma criança -ou um jovem- a ter bom desempenho na escola. Nos EUA e na Europa. Acreditava-se que o diferencial estivesse na inteligência, ou no QI. O resultado caminhou num sentido diferente e inesperado.
Mesmo jovens inteligentes tiravam notas baixas sucessivamente. Alguns, até, perdiam o ano. Afinal, por que motivos um jovem de inteligência mediana -ou inferior- apresentava notas superiores? A resposta é simples: visão de longo prazo. Um objetivo.
- O que é objetivo?
As mãozinhas apareceram, chamando por espaço para falar. Eram crianças de 10 anos e estavam ali para que eu conversasse com elas sobre saúde, atividades físicas, alimentação... Contei a história da pesquisa. E fiz a pergunta. Será que eles têm objetivos?
- Aquilo que a gente tem que fazer!
- Aquilo que a gente vai fazer!
Estavam próximos, mas eu queria despertá-los para o "desejo" de ser algo, de realizar algo, de proporcionar algo a alguém. Resumi.
- É aquilo que a gente quer conquistar.
Perguntei, então, se eles conheciam alguém que não tivesse nenhum objetivo. Nenhuma preocupação com o futuro, que não estivesse "nem aí" para o que vai acontecer. Tanto na turma da manhã quanto na da tarde, a resposta foi rápida: os mendigos. Eu insisti e perguntei se algum outro tipo de pessoas demonstra que o futuro não preocupa, que tanto faz o que fizer hoje, que tudo já está garantido. Respostas também rápidas: os ricos. Era onde eu queria chegar. Precisamos criar horizontes a perseguir, sonhos reais.
- O que você quer ser quando crescer?
Jogador de futebol, professora, médico... Sim, eles demonstraram interesse pela vida. Objetivos em curto prazo, como tirar uma nota boa na prova de português, ou passar de anos direto, são de fácil compreensão. Ir à casa da avó, passear com os pais, conhecer um lugar novo, seriam objetivos para as férias. Mas lembrei que é muito útil pensar que objetivos também existem em prazos mais longos e esta era a diferença dos que iam bem na escola. Se a imagem que o jovem tem é a de que "tudo está garantido", por que estudar? E eu queria acrescentar a esta lista uma meta necessária: querer ser um adulto sadio. Falei da importância de apreender a gostar de fazer esportes, atividades físicas, de se alimentar de forma a não "machucar" o corpo por dentro.
Sim, eles querem ser adultos sadios e sabem como alcançar isso. Saíram com alguns estímulos a mais e algumas notas melhores nas provas que estão chegando. Vamos ver!
Mesmo jovens inteligentes tiravam notas baixas sucessivamente. Alguns, até, perdiam o ano. Afinal, por que motivos um jovem de inteligência mediana -ou inferior- apresentava notas superiores? A resposta é simples: visão de longo prazo. Um objetivo.
- O que é objetivo?
As mãozinhas apareceram, chamando por espaço para falar. Eram crianças de 10 anos e estavam ali para que eu conversasse com elas sobre saúde, atividades físicas, alimentação... Contei a história da pesquisa. E fiz a pergunta. Será que eles têm objetivos?
- Aquilo que a gente tem que fazer!
- Aquilo que a gente vai fazer!
Estavam próximos, mas eu queria despertá-los para o "desejo" de ser algo, de realizar algo, de proporcionar algo a alguém. Resumi.
- É aquilo que a gente quer conquistar.
Perguntei, então, se eles conheciam alguém que não tivesse nenhum objetivo. Nenhuma preocupação com o futuro, que não estivesse "nem aí" para o que vai acontecer. Tanto na turma da manhã quanto na da tarde, a resposta foi rápida: os mendigos. Eu insisti e perguntei se algum outro tipo de pessoas demonstra que o futuro não preocupa, que tanto faz o que fizer hoje, que tudo já está garantido. Respostas também rápidas: os ricos. Era onde eu queria chegar. Precisamos criar horizontes a perseguir, sonhos reais.
- O que você quer ser quando crescer?
Jogador de futebol, professora, médico... Sim, eles demonstraram interesse pela vida. Objetivos em curto prazo, como tirar uma nota boa na prova de português, ou passar de anos direto, são de fácil compreensão. Ir à casa da avó, passear com os pais, conhecer um lugar novo, seriam objetivos para as férias. Mas lembrei que é muito útil pensar que objetivos também existem em prazos mais longos e esta era a diferença dos que iam bem na escola. Se a imagem que o jovem tem é a de que "tudo está garantido", por que estudar? E eu queria acrescentar a esta lista uma meta necessária: querer ser um adulto sadio. Falei da importância de apreender a gostar de fazer esportes, atividades físicas, de se alimentar de forma a não "machucar" o corpo por dentro.
Sim, eles querem ser adultos sadios e sabem como alcançar isso. Saíram com alguns estímulos a mais e algumas notas melhores nas provas que estão chegando. Vamos ver!
segunda-feira, outubro 26, 2009
Os primeiros hotéis certificados como "sustentáveis" pela ABNT...
...estão em Lençóis, na Chapada Diamantina. A certificação é fruto de um trabalho de mobilização que teve início com o Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável. O CBTS desenvolveu, a partir de 2004, o Programa de Certificação em Turismo Sustentável -PCTS, cuja implementação ficou a cargo do Instituto de Hospitalidade -IH. Para a primeira fase do apoio técnico aos meios de hospedagem na Chapada Diamantina, em 2006, o IH contratou a Parkia Consultoria. Frederico Costacurta e Eliana Fonseca. Somos consultores deste programa desde esta época. Hoje é chamado "Bem Receber" e a Norma do CBTS transformou-se em uma Norma ABNT, a 15.401.
Sim, nós estávamos lá. Os primeiros passos desta certificação foram dados por nós, com toda a dificuldade e satisfação que têm os pioneiros. Afinal, já havíamos passado por isso na região de Ilhéus e Itacaré.
"Ações sociais, trabalho centrado no bem estar da comunidade, e o extenso projeto de sustentabilidade no estabelecimento, aliado aos 02 anos de consultoria levou o Hotel de Lençóis a adquirir o importante certificado da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), um grande diferencial entre os Hotéis de todo o Brasil", diz o comunicado da Chapada Convention.
Aquecimento solar da água, reciclagem de água para irrigação dos jardins, uso preferencial de papéis reciclados, utilização de lâmpadas de baixo consumo de energia e uso de luz natural através de construções que favorecem o seu uso; transformação de todo lixo orgânico em composto orgânico para uso nas áreas verdes, seleção do lixo destinado a reciclagem local; uso preferencial de madeira renovável (com certificação do IBAMA), preservando as matas naturais, além do uso de madeira de demolição; plantação de centenas de árvores e arbustos em 05 hectares de área verde do hotel.
“Nós, do Hotel de Lençóis, temos orgulho de estar contribuindo para preservação do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida da comunidade de Lençóis”. Da gestão da sustentabilidade à arquitetura bioclimática, trabalhamos com Stephanie Martins e Dário Campos individualmente (foto 1) e nas oficinas (foto 2). Criamos metodologia e plantamos uma nova consciência.
O resultado é colhido hoje e todos estamos realizados e confiantes de que uma grande e sustentável porta está aberta para os meios de hospedagem do Brasil!
Sim, nós estávamos lá. Os primeiros passos desta certificação foram dados por nós, com toda a dificuldade e satisfação que têm os pioneiros. Afinal, já havíamos passado por isso na região de Ilhéus e Itacaré.
"Ações sociais, trabalho centrado no bem estar da comunidade, e o extenso projeto de sustentabilidade no estabelecimento, aliado aos 02 anos de consultoria levou o Hotel de Lençóis a adquirir o importante certificado da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), um grande diferencial entre os Hotéis de todo o Brasil", diz o comunicado da Chapada Convention.
Aquecimento solar da água, reciclagem de água para irrigação dos jardins, uso preferencial de papéis reciclados, utilização de lâmpadas de baixo consumo de energia e uso de luz natural através de construções que favorecem o seu uso; transformação de todo lixo orgânico em composto orgânico para uso nas áreas verdes, seleção do lixo destinado a reciclagem local; uso preferencial de madeira renovável (com certificação do IBAMA), preservando as matas naturais, além do uso de madeira de demolição; plantação de centenas de árvores e arbustos em 05 hectares de área verde do hotel.
“Nós, do Hotel de Lençóis, temos orgulho de estar contribuindo para preservação do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida da comunidade de Lençóis”. Da gestão da sustentabilidade à arquitetura bioclimática, trabalhamos com Stephanie Martins e Dário Campos individualmente (foto 1) e nas oficinas (foto 2). Criamos metodologia e plantamos uma nova consciência.
O resultado é colhido hoje e todos estamos realizados e confiantes de que uma grande e sustentável porta está aberta para os meios de hospedagem do Brasil!
Mau hálito. E agora?!
Coincidência ou não, tenho encontrado com maior frequência pessoas com mau hálito. É constrangedor, tanto perceber que podemos estar com halitose quanto estar ao lado de alguém com este problema. Pior, há pessoas que insistem em conversar próximas às outras e não percebem o estado de seu próprio hálito.
Há casos em que o ofício exige um hálito que inspire saúde: professores, por exemplo. Vendedores, dentistas, massagistas, também, aproximam-se de seus clientes e podem afastá-los definitivamente, tanto pelo incômodo do odor quanto pelo constrangimento. "Devo dizer a ele que seu hálito está terrível?!".
Fui pesquisar. A origem da halitose está nas bactérias. Principalmente as que acumulam-se na língua, entre as papilas gustativas. Há, também, as que surgem pelo acúmulo de alimentos entre os dentes e a gengiva. A grande maioria dos casos estão ligados a essas duas possibilidades. Uma pequena parcela dos casos acontecem devido a patologias como sinusite ou pela xerostomia, que é a redução da produção de saliva. Raramente a causa está no estômago. Se você tiver ingerido alho e cebola, por exemplo, suas essências podem retornar ao exterior, sim, mas através da respiração ou do suor!
A prevenção, indicada por especialistas, passa pela higiene, evidentemente. Muita ingestão de água, para estimular a produção de saliva, escovar os dentes de forma adequada, fio dental e, claro, escovação da língua -não apenas com a escova, há "raspadores" especiais para isso. Mas, se for um mal insistente, é importante o diagnóstico de um dentista.
Há, até equipamentos "detectores de mau hálito", chamado de kiss-o-meter (foto). Alguns dentistas sugerem que, ao fazer uma concha com as mãos, soltemos o ar e tentemos perceber o odor de nosso próprio hálito. Outros dizem que é comum não percebermos nosso próprio mau hálito. Então, acostume-se a perguntar a alguém com quem tenha intimidade -suficiente!- sobre a qualidade de seu hálito. E prepare-se para ouvir a resposta!
Há casos em que o ofício exige um hálito que inspire saúde: professores, por exemplo. Vendedores, dentistas, massagistas, também, aproximam-se de seus clientes e podem afastá-los definitivamente, tanto pelo incômodo do odor quanto pelo constrangimento. "Devo dizer a ele que seu hálito está terrível?!".
Fui pesquisar. A origem da halitose está nas bactérias. Principalmente as que acumulam-se na língua, entre as papilas gustativas. Há, também, as que surgem pelo acúmulo de alimentos entre os dentes e a gengiva. A grande maioria dos casos estão ligados a essas duas possibilidades. Uma pequena parcela dos casos acontecem devido a patologias como sinusite ou pela xerostomia, que é a redução da produção de saliva. Raramente a causa está no estômago. Se você tiver ingerido alho e cebola, por exemplo, suas essências podem retornar ao exterior, sim, mas através da respiração ou do suor!
A prevenção, indicada por especialistas, passa pela higiene, evidentemente. Muita ingestão de água, para estimular a produção de saliva, escovar os dentes de forma adequada, fio dental e, claro, escovação da língua -não apenas com a escova, há "raspadores" especiais para isso. Mas, se for um mal insistente, é importante o diagnóstico de um dentista.
Há, até equipamentos "detectores de mau hálito", chamado de kiss-o-meter (foto). Alguns dentistas sugerem que, ao fazer uma concha com as mãos, soltemos o ar e tentemos perceber o odor de nosso próprio hálito. Outros dizem que é comum não percebermos nosso próprio mau hálito. Então, acostume-se a perguntar a alguém com quem tenha intimidade -suficiente!- sobre a qualidade de seu hálito. E prepare-se para ouvir a resposta!
domingo, outubro 25, 2009
Ponte sobre o Rio de Contas!
De Saquaíra (no meio da península de Maraú) a Ilhéus em 1 hora e meia.
Duas importantes Unidades de Conservação estão unidas por um novo e direto laço. Uma ponte sobre um grande rio, o Rio de Contas. As APA da Baía de Camamu e a de Serra Grande - Itacaré têm um novo desafio. O rio não é a divisa dos municípios -Itacaré e Maraú- mas a travessia com veículos apenas era feita por uma balsa bastante precária, próxima à foz, ou na distante BR 101.
Todos parecem estar surpresos, apesar de terem se passado vários meses desde o início da obra e a abertura da ponte, esta semana. A mudança na vida de muita gente será imensa. Acesso incrivelmente rápido entre Maraú (Barra Grande, Saquaíra, Taipus...), Camamu, todo o Baixo Sul e, claro, Salvador, com Itacaré e Ilhéus. Explosão imobiliária, aumento da atividade econômica, pressão sobre florestas e recursos naturais, choque de culturas, são alguns dos impactos esperados. Que moradores, empresários, comunidades e poder público estejam preparados!
Participamos de reuniões do Grupo de Acompanhamento da obra, testemunhamos o cuidado -às vezes maior, às vezes menor- para cumprir as exigências do Estudo de Impacto Ambiental e, agora, temos a oportunidade de vivenciar a realidade que se apresentará.
Tudo ainda é muito novo e há tempo para associações promoverem ações de prevenção dos impactos negativos e otimização dos positivos. Conversei com empresários do turismo, moradores e comerciantes locais e já demonstram intenção e capacidade de organização para este fim. Estejamos alertas!
Ah, antes da ponte, o tempo de Ilhéus até Saquaíra era pelo menos 3 horas...
sexta-feira, outubro 23, 2009
quinta-feira, outubro 22, 2009
Dos 10 aos 70 anos em um fechar de olhos
- Crianças, agora fechem os olhos.
Nem todos obedeceram de imediato. Faz sentido. É bom que sejam um pouco desconfiados. Mas, insisti e consegui. Todos estavam ali, de olhos fechados.
- Vocês têm 10 anos de idade. Mas, agora, imaginem que vocês têm 70 anos de idade. Todos conhecem alguém dessa idade. Avó, quem sabe uma bisavó, uma vizinha, uma atriz... Como é você quando for velhinho?
Alguns riram, outros ficaram pensando. Imaginando.
- Ridículo!...
Gargalhada geral. Foi engraçado, sim, mas eu tinha uma proposta e segui em frente. Desafiei-os.
- Como são seus cabelos? E sua pele?
- Brancos!
- Cheia de rugas!
- Pretos. Eu pinto!
Entraram na história. Começaram a se divertir. E a aproveitar da conversa.
- Vocês são velhinhos gordos ou magros?
- Magro!
- Magra!
- Magro!
- Gordo!
Aí, lembrei a eles que é raro ver alguém velhinho e obeso. Todos concordaram que não lembram de alguém muito velho e, também, gordo. Fui adiante.
- Vocês são velhinhos sadios ou doentes? Participam da vida de seus filhos e netos ou dão trabalho para eles? Vocês precisam de cadeira de rodas ou andam com próprias pernas e, ainda, fazem exercícios?
Todos falaram ao mesmo tempo, eufóricos com a imagem de si mesmos, sadios, idosos, magros. Estavam criando uma referência. Algo a se buscar ao longo de toda a vida. Um pouco antes eu falara do quanto um objetivo é importante e, agora, eles agregaram mais um na extensa lista que conseguimos fazer em conjunto. Os olhos já estavam bem abertos e percebi neles brilhos renovados.
Nós já tínhamos conversado, também, sobre os três pilares da saúde e eles, automaticamente, fizeram a conexão. Basta cuidar da alimentação, praticar esportes ou atividades físicas e "não estressar com tudo". Pronto! Será mais fácil cuidar daquele velhinho que imaginaram e fazê-lo real, aos poucos.
Saíram, brincando, felizes. Alguns estavam curvados, falando com voz rouca, mancando um pouco, se fazendo de velhos. Estavam vivendo sua própria imaginação. Sucesso!
(na foto, Alexis Assuad, 70 anos, atleta senior, campeão de atletismo no interior de São Paulo)
Nem todos obedeceram de imediato. Faz sentido. É bom que sejam um pouco desconfiados. Mas, insisti e consegui. Todos estavam ali, de olhos fechados.
- Vocês têm 10 anos de idade. Mas, agora, imaginem que vocês têm 70 anos de idade. Todos conhecem alguém dessa idade. Avó, quem sabe uma bisavó, uma vizinha, uma atriz... Como é você quando for velhinho?
Alguns riram, outros ficaram pensando. Imaginando.
- Ridículo!...
Gargalhada geral. Foi engraçado, sim, mas eu tinha uma proposta e segui em frente. Desafiei-os.
- Como são seus cabelos? E sua pele?
- Brancos!
- Cheia de rugas!
- Pretos. Eu pinto!
Entraram na história. Começaram a se divertir. E a aproveitar da conversa.
- Vocês são velhinhos gordos ou magros?
- Magro!
- Magra!
- Magro!
- Gordo!
Aí, lembrei a eles que é raro ver alguém velhinho e obeso. Todos concordaram que não lembram de alguém muito velho e, também, gordo. Fui adiante.
- Vocês são velhinhos sadios ou doentes? Participam da vida de seus filhos e netos ou dão trabalho para eles? Vocês precisam de cadeira de rodas ou andam com próprias pernas e, ainda, fazem exercícios?
Todos falaram ao mesmo tempo, eufóricos com a imagem de si mesmos, sadios, idosos, magros. Estavam criando uma referência. Algo a se buscar ao longo de toda a vida. Um pouco antes eu falara do quanto um objetivo é importante e, agora, eles agregaram mais um na extensa lista que conseguimos fazer em conjunto. Os olhos já estavam bem abertos e percebi neles brilhos renovados.
Nós já tínhamos conversado, também, sobre os três pilares da saúde e eles, automaticamente, fizeram a conexão. Basta cuidar da alimentação, praticar esportes ou atividades físicas e "não estressar com tudo". Pronto! Será mais fácil cuidar daquele velhinho que imaginaram e fazê-lo real, aos poucos.
Saíram, brincando, felizes. Alguns estavam curvados, falando com voz rouca, mancando um pouco, se fazendo de velhos. Estavam vivendo sua própria imaginação. Sucesso!
(na foto, Alexis Assuad, 70 anos, atleta senior, campeão de atletismo no interior de São Paulo)
quarta-feira, outubro 21, 2009
Crianças, sempre as crianças
Recebi dois grupos de crianças de 10 anos para apresentar o ambiente de uma academia e explicar "as coisas do esporte e sua relação com a saúde". De forma que elas compreendessem, expliquei, por exemplo, que...
- Vocês não existem!
Risadas, surpresa, desconfiança, descrédito... Expliquei que, na verdade, quem trabalha, quem executa as verdadeiras tarefas da vida, são as células. Elas, sim, incansáveis "escravas", trabalham dia e noite. Eles entenderam rapidamente, pois eu acabara de explicar como os nutrientes (sim, eles conhecem os carboidratos, proteínas e gordura!) chegam ao sangue e como seriam efetivamente queimados dentro das células. Eles entenderam que as células são "motorzinhos" e, além de agruparem-se em órgãos, são as responsáveis por retirar do sangue os excessos. Em especial, a gordura. E, também compreenderam que o oxigênio que vem da respiração é o elemento que permite aquela queima na célula. Afinal, sem oxigênio não há queima!
- Então, quando minha mãe pedir para arrumar a cama eu vou dizer que não dá. Afinal, eu não existo!...
(depois conto mais histórias destes encontros!...)
segunda-feira, outubro 19, 2009
Transportes e emissões de gases-estufa
Enquanto o presidente Lula reunia-se, semana passada, com os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, para consolidar a proposta brasileira de redução de emissões de gases do efeito estufa que será levada a Copenhague, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) apresentava um relatório com suas sugestões para diminuir a emissão pelo setor de transportes, segundo maior responsável pelas emissões brasileiras e autor de 70% da poluição do ar das cidades. A edição de 13/10 do Jornal do Brasil apresentou uma reportagem que resumia este documento.
A oferta de crédito para a renovação da frota de veículos velhos é a recomendação principal da CNT. Dos 270 mil caminhões, por exemplo, 20% têm mais de 30 anos de uso e 44% têm mais de 20 anos de uso. O estudo da CNT será apresentado ao presidente Lula amanhã pelo Fórum Brasileiro sobre Mudanças Climáticas. O Brasil precisaria retirar de circulação 50 mil veículos por ano, ao longo de 13 anos, para eliminar os veículos com mais de 30 anos de uso.
A CNT acredita que é preciso desestimular o uso do transporte individual motorizado uma vez que que 20% das pessoas utilizam 70% das áreas disponíveis nas cidades. Para tanto, eles acreditam ser necessário legislação que restrinja o uso do automóvel e a implantação de instrumentos econômicos como a taxa de estacionamento.
Reconhecem que não devem ser aplicadas medidas que restrinjam o uso dos automóveis sem que o governo federal realize melhoria dos transportes coletivos. A CNT sugere a redução da tributação incidente sobre a operação de transporte coletivo. O recebimento de incentivos fiscais e subsídios, no entanto, deve estar condicionado, segundo a entidade, ao aumento sustentável da eficiência energética dos veículos.
O relatório também sugere a construção de uma infraestrutura cicloviária na maioria das cidades, que deve contar com a construção de ciclovias e estacionamentos seguros de bicicletas integrados aos sistemas de transporte público. A confederação acredita ainda que se os espaços públicos forem realocados para os pedestres com construção de calçadas e travessias seguras, as pessoas podem começar a deixar o carro em casa para fazerem os menores trajetos. Mesmo que o efeito seja pouco significativo, do ponto de vista das emissões, teria grande impacto na criação de hábitos saudáveis e seria uma eficiente estratégia de educação para a cidadania.
Para a CNT, é preciso repensar o transporte de cargas no Brasil porque 62% está sendo realizado pela malha viária, contra 20% do sistema ferroviário e 18% pelo aquaviário. O problema, aponta a confederação, é que a malha ferroviária do Brasil está concentrada nas regiões Sul e Sudeste e dos 29 mil Km de extensão, 28 mil estão nas mãos da iniciativa privada.
Quanto à utilização da rede hidroviária, a CNT pondera que o potencial é pouco explorado: dos 44 mil Km, dos quais 29 mil são navegáveis, apenas 13 mil Km são utilizados pela navegação comercial. O excesso de burocracia nos portos, a baixa oferta de embarcações e a falta de dados sobre a navegabilidade dos rios também são grandes entraves para que a rede seja mais utilizada.
É surpreendente, para mim, a clareza e objetividade do relatório da CNT. Resume tudo o que se percebe nas ruas e nas cidades. Traduz em números o que se aprende no dia-a-dia e tomara seja decentemente considerado pela sociedade e pelo governo.
A oferta de crédito para a renovação da frota de veículos velhos é a recomendação principal da CNT. Dos 270 mil caminhões, por exemplo, 20% têm mais de 30 anos de uso e 44% têm mais de 20 anos de uso. O estudo da CNT será apresentado ao presidente Lula amanhã pelo Fórum Brasileiro sobre Mudanças Climáticas. O Brasil precisaria retirar de circulação 50 mil veículos por ano, ao longo de 13 anos, para eliminar os veículos com mais de 30 anos de uso.
A CNT acredita que é preciso desestimular o uso do transporte individual motorizado uma vez que que 20% das pessoas utilizam 70% das áreas disponíveis nas cidades. Para tanto, eles acreditam ser necessário legislação que restrinja o uso do automóvel e a implantação de instrumentos econômicos como a taxa de estacionamento.
Reconhecem que não devem ser aplicadas medidas que restrinjam o uso dos automóveis sem que o governo federal realize melhoria dos transportes coletivos. A CNT sugere a redução da tributação incidente sobre a operação de transporte coletivo. O recebimento de incentivos fiscais e subsídios, no entanto, deve estar condicionado, segundo a entidade, ao aumento sustentável da eficiência energética dos veículos.
O relatório também sugere a construção de uma infraestrutura cicloviária na maioria das cidades, que deve contar com a construção de ciclovias e estacionamentos seguros de bicicletas integrados aos sistemas de transporte público. A confederação acredita ainda que se os espaços públicos forem realocados para os pedestres com construção de calçadas e travessias seguras, as pessoas podem começar a deixar o carro em casa para fazerem os menores trajetos. Mesmo que o efeito seja pouco significativo, do ponto de vista das emissões, teria grande impacto na criação de hábitos saudáveis e seria uma eficiente estratégia de educação para a cidadania.
Para a CNT, é preciso repensar o transporte de cargas no Brasil porque 62% está sendo realizado pela malha viária, contra 20% do sistema ferroviário e 18% pelo aquaviário. O problema, aponta a confederação, é que a malha ferroviária do Brasil está concentrada nas regiões Sul e Sudeste e dos 29 mil Km de extensão, 28 mil estão nas mãos da iniciativa privada.
Quanto à utilização da rede hidroviária, a CNT pondera que o potencial é pouco explorado: dos 44 mil Km, dos quais 29 mil são navegáveis, apenas 13 mil Km são utilizados pela navegação comercial. O excesso de burocracia nos portos, a baixa oferta de embarcações e a falta de dados sobre a navegabilidade dos rios também são grandes entraves para que a rede seja mais utilizada.
É surpreendente, para mim, a clareza e objetividade do relatório da CNT. Resume tudo o que se percebe nas ruas e nas cidades. Traduz em números o que se aprende no dia-a-dia e tomara seja decentemente considerado pela sociedade e pelo governo.
quinta-feira, outubro 15, 2009
Vi nascer esta revista!
Meu amigo, fotógrafo e empresário, Peter Milko, criou uma revista nacional para tratar das coisas da terra, do meio ambiente e das pessoas. Estive no aniversário de 15 anos da revista em 2008 e aproveito, agora, para divulgar a edição atual. Para ver a imagem ampliada, clique sobre ela. Depois, volte aqui ao Desacelere!
quarta-feira, outubro 14, 2009
Mais gente curtindo o Desacelere!...
Publiquei, em abril, um texto sobre a hiena Hardy e analisei do ponto de vista de Joseph Murphy, autor de "O Poder do Subconsciente". Você pode ler novamente em http://desacelere.blogspot.com/2009/04/o-vida-o-azar.html . Agora, recebo um gentil comentário, transcrito a seguir, que me deixou realizado e feliz!
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Claudia disse...
Olha que interessante. Estava me sentindo como a Hardy, dei um google para achar a foto dela e colocá-las no meu status do Facebook e encontrei esse texto que, para dizer o mínimo, veio a calhar e muito bem.
Obrigada. :-)
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Claudia disse...
Olha que interessante. Estava me sentindo como a Hardy, dei um google para achar a foto dela e colocá-las no meu status do Facebook e encontrei esse texto que, para dizer o mínimo, veio a calhar e muito bem.
Obrigada. :-)
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terça-feira, outubro 13, 2009
Inspiração
É uma grande rede. Influenciamos e somos influenciados. Temos respostas e nos sentimos mais fortes para continuar. A mensagem abaixo refere-se a um texto de minha autoria publicado na revista Aquecimento Global (foto) e aqui no Desacelere (http://desacelere.blogspot.com/2008/12/falar-para-quem-no-quer-ouvir.html).
Olá para vocês que fazem a revista Aquecimento Global,
Meu nome é Nayana Ferreira, trabalho com Sustentabilidade no desenvolvimento de projetos e na elaboração de um blog passando conhecimentos básicos de consumo consciente.
Comprei a revista Aquecimento Global n° 02 pela primeira vez e gostei muito. Tem matérias bem interessantes para minhas pesquisas de elaboração de textos para o blog.
Uma matéria me chamou atenção, do Frederico Costacurta, intitulada “Falar para quem não quer ouvir”... Li o texto e refleti que essa é mesmo a nossa missão... Fazer com que as pessoas nos escutem.
Comecei a escrever o blog para minha lista de amigos no email e, eles começaram a repassar as idéias por achar que é viável sim ser sustentável...
Bom, peço então que entrem no meu blog www.sustentaessaideia.blogspot.com (12/out 2009) Lá vocês podem ler o consequente texto que veio a partir da minha leitura do Frederico Costacurta.
Agradeço pelo excelente título que me fez refletir sobre todo esse papo de sustentabilidade.
Espero que continuem com a revista e desenvolvam matérias cada vez mais enriquecedoras.
Abraços,
Nayana Ferreira
http://sustentaessaideia.blogspot.com
segunda-feira, outubro 12, 2009
Respire
Encontrei e compartilho. Excelente reflexão. Um final intrigante. Será que um dia será assim?
Mirella bombardeada e a música como escudo
Recentemente a vida tornou-se um inferno para Mirella. Ela ouve meias frases dos adultos e completa-as usando sua imaginação. Mas uma coisa é certa. Algo está errado com ela. Do alto dos seus seis anos, esta é a sua certeza.
Afinal, ela não conhece ninguém que tenha ido a tantas consultas: otorrino, oftalmo, fono... E aquelas aulas extras, à tarde na escola. Apenas ela -tem dois meninos, mas não contam, são de outra turma e são... meninos. Agora tem essa história de psicopedagoga. Com esse nome não pode ser coisa boa...
Algumas de suas colegas já tinham avisado: "Não quero brincar com você!", ou "Se você ficar conversando com ela, não sou mais sua amiga!". Tanto na escola quanto no balé tem "colegas" assim. Sua mãe -e todo mundo- vive dizendo que "ela é assim, mesmo, não tem jeito", e sempre fala alto, na frente de todos: "Você é muito distraída, não se concentra!..."
Resultado: falta tempo. As torturantes aulas-extra deviam continuar. O que deveria ser cortado? O balé. Afinal, Mirella havia desanimado ali também, pois algumas colegas "não gostavam dela"...
Regina, mãe de Mirella veio conversar comigo. Minha primeira pergunta:
- Você veio comunicar uma decisão ou pedir a opinião de um educador sobre isso tudo?
Era a primeira opção, mas ficou um pouco sem graça e um pouco curiosa -será que pode haver um caminho diferente para Mirella?.
-Por que? A "escola" já analisou o caso de Mirella e indicou a fono, a psicopedagoga e insiste nas aulas-extra, de reforço.
Na conversa fiquei sabendo que Mirella havia desanimado do balé por causa de algumas colegas. Além disso, que odiava as aulas-extras. Mais: vi o laudo da fonoaudióloga que exprimia um certo constrangimento. Nada que ela pudesse fazer, nehuma anormalidade na fala, na dicção. Sugeria uma psicopedagoga... Fazia ruídos ao dormir e foi ao otorrino, que indicou um tratamento de três meses antes de decidir por uma cirurgia. Foi, também, ao oftalmo. Sim, óculos de 0,75 graus poderiam fazê-la menos dispersa e poderia, até, brincar sem eles.
Um verdadeiro bombardeio.
Falei com cuidado, mas falei. O principal foco estava descartado, abandonado.
-Alguém neste script está preocupado com a emoção de Mirella? Os olhos, os suspiros, as falas de todos conduzem a uma única conclusão, para ela. "Eu tenho problemas!".
Ela não sabe o que é cirurgia, mas pelo incômodo que foi aquele tubinho em seu nariz apenas para examiná-la, deve ser algo terrível. A fono deve ter descoberto algo, pois nem quis dizer! Óculos? Se minhas colegas já não gostam de mim, imagine com óculos! E aquele exílio às tardes, com nome de "aulas de reforço"?! É melhor parar, mesmo o balé, pois "eu não tenho jeito, mesmo..."
Fui ajudando a fazer Regina perceber, primeiro, o estado das emoções de Mirella. Depois, inevitável, reforcei a tese de que nossas crianças refletem nossas palavras, nossos pensamentos, nossas atitudes. Ela estava, sim, dispersa, com dificuldade de relacionamento. E o boletim? Surpresa! Boas notas. É uma linda menina de seis anos, a princípio com atitudes normais, aprendendo a ser rejeitada e muito observadora. Cheia de... Qualidades!!!
Sugeri, depois de muita conversa, que Regina procurasse afinar suas próprias atitudes com um projeto voltado para recuperar a auto-estima de Mirella. Indiquei o livro "A Auto-estima de seu Filho" (foto) e tracei uma estratégia: primeiro, nada de aulas-extra. Para justificar -e faz sentido-, Regina iria solicitar à escola que a psicopedagoga fizesse um "laudo", semelhante ao da fono. E, depois, decidiria o que fazer. Ao mesmo tempo, faríamos uma conversa a três: ela -a mãe, a professora de balé e eu, pois a proposta da Escola de Dança é, justamente, atuar como suporte nas crises do processo de formação da "pessoa". Talvez a atividade mais importante para se trabalhar a sociabilidade era a que, em primeiro lugar, seria cortada... Todos por Mirella! Em casa, Regina iria identificar e reforçar as qualidades verdadeiras de Mirella, sem exageros e aceitando com tranquilidade suas reações. E o mais importante: introduzir a música na vidinha de Mirella! Flauta, violão, piano...
- Como é possível educar uma criança e prepará-la para a vida sem desenvolver sua musicalidade?!
Bingo!! Reportagem de capa do Suplemento Feminino (protesto, por que "feminino"?!) do jornal O Estado de São Paulo neste domingo -e depois de minha conversa com Regina- trata justamente desse diferencial. "Música é uma forma de interagir com o mundo e integra um trabalho do corpo, da mente, da intuição, do pensamento racional e intelectual". O texto cita vários casos de "Mirellas" que se encontraram e se resolveram a partir da introdução da música em suas vidas. E faz uma lista dos estímulos provocados pelo aprendizado musical: socialização (ó a Mirella aí, gente!), percepção sensorial, ritmo, memória auditiva, timbrística, fala, lateralidade, atenção e reação (Mirela, lembra?), conhecimento corporal, linguagem gestual e coordenação motora.
Sim, temos, então, uma estratégia, mas a grande transformação que eu espero que a conversa tenha causado é aquela em... Regina. Ela pareceu compreender que suas palavras, ações e pensamentos estão refletidas em Mirella e naquelas variáveis que deve agir, a partir da reflexão e compreensão de sua própria auto-estima e alegria de viver!
Sim, claro, os nomes estão trocados!
domingo, outubro 11, 2009
Maratona Aquática - 4 de outubro de 2009
Os atletas Sidnei e Alexandre, da Equipe Tonus de Natação, de Ilhéus, largaram da Praia da Maramata e nadaram até o Rio do Engenho. Mais de 2 horas e meia de natação a partir da foz do Rio Cachoeira. Um grande exemplo! Esporte, meio ambiente, saúde! Parabéns!
A largada da Praia da Maramata.
O percurso e paisagens belíssimas.
A chegada ao Rio do Engenho.
A largada da Praia da Maramata.
O percurso e paisagens belíssimas.
A chegada ao Rio do Engenho.
"Revolução Verde" na China
Thomas Friedman, comentarista político do The New York Times, em seu artigo publicado hoje no jornal O Estado de São Paulo, traz informações sobre a mudança de cor na revolução chinesa. O que antes era vermelho, agora é... Verde!
Sim, os líderes chineses sabem que muitos do seu povo já enfrentam dificuldade para respirar, nadar, pescar, cultivar e beber. E reconhecem que isto acontece devido à poluição causada por seu "motor de crescimento" movido a carvão e petróleo. Ele nos lembra que a necessidade é a mãe da invenção. Na opinião de Friedman, a decisão chinesa de avançar ecologicamente equivale ao que significou o lançamento do Sputnik, pela União Soviética -o primeiro satélite artificial. E, naquela época, esta surpresa impeliu os EUA a investir em ciência, tecnologia, educação...
"Não estaremos comprando brinquedos da China. Compraremos carros elétricos, painéis solares, baterias e softwares de eficiência energética."
O autor lembra que os líderes chineses são, em sua maioria, engenheiros e sabem que, mesmo que a mudança climática seja um trote, a demanda por energia limpa vai crescer à medida em que incluirmos 2,5 bilhões de habitantes na Terra até 2050. E finaliza convocando" os EUA a investir em tecnologias limpas e evitar que a Câmara de Comércio americana, depois de "vender a alma americana" às velhas indústrias de carvão e petróleo, use sua influência e impeça o Congresso de aprovar legislação que incentive energias renováveis.
Premiação para Marina Silva em Mônaco
A senadora Marina Silva (PV-AC), ex-ministra do Meio Ambiente e provável candidata à presidência em 2010, recebeu ontem (10) em Mônaco o prêmio Mudanças Climáticas, oferecido pela Fundação Príncipe Albert II de Mônaco. A iniciativa premia pessoas e instituições por atuarem em favor do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.
O prêmio considera ações e iniciativas em três eixos: mudança climática, preservação da biodiversidade e acesso à água, além da luta contra a desertificação.
A senadora vai receber 40 mil euros, além da homenagem com o troféu, que será entregue pelo Príncipe Albert II.
É o quinto prêmio que a senadora recebe desde 2008, quando deixou o Ministério do Meio Ambiente por discordar de algumas diretrizes da política ambiental do governo. O mais recente foi em maio deste ano, o Prêmio Sofia 2009, concedido anualmente pela Fundação Sofia a pessoas e organizações que se destacam nas áreas ambientais e de desenvolvimento sustentável.
O prêmio considera ações e iniciativas em três eixos: mudança climática, preservação da biodiversidade e acesso à água, além da luta contra a desertificação.
A senadora vai receber 40 mil euros, além da homenagem com o troféu, que será entregue pelo Príncipe Albert II.
É o quinto prêmio que a senadora recebe desde 2008, quando deixou o Ministério do Meio Ambiente por discordar de algumas diretrizes da política ambiental do governo. O mais recente foi em maio deste ano, o Prêmio Sofia 2009, concedido anualmente pela Fundação Sofia a pessoas e organizações que se destacam nas áreas ambientais e de desenvolvimento sustentável.
sábado, outubro 10, 2009
sexta-feira, outubro 09, 2009
Os dois lobos
história "roubada"...
Um ancião índio descreveu os seus conflitos internos da seguinte maneira:
- Dentro de mim tenho dois lobos. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom. Os dois lobos estão sempre à briga.
Quando lhe perguntaram qual o lobo que ganhava a briga, o ancião respondeu:
- Aquele que eu alimentar.
Um ancião índio descreveu os seus conflitos internos da seguinte maneira:
- Dentro de mim tenho dois lobos. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom. Os dois lobos estão sempre à briga.
Quando lhe perguntaram qual o lobo que ganhava a briga, o ancião respondeu:
- Aquele que eu alimentar.
terça-feira, outubro 06, 2009
Tai chi chuan pode tratar tontura e outros distúrbios do equilíbrio
Publicado no site terra.com.br
O tai chi chuan é conhecido pelos benefícios que promete à saúde, como alivio do estresse e melhora da circulação. E, de acordo com um estudo apresentado no Encontro Anual de Academia Americana de Otorrinolaringologia, realizado em San Diego, nos Estados Unidos, a lista de pontos positivos pode aumentar. É que a prática foi associada ao tratamento de tonturas e outros distúrbios do equilíbrio.
Os pesquisadores avaliaram os efeitos da arte marcial chinesa, que prioriza movimentos lentos, em 18 mulheres e três homens. Os pacientes não haviam conseguido alívio do problema com a terapia convencional.
Eles responderam a um questionário antes e após oito semanas de envolvimento com o tai chi chuan. Todos relataram melhora do que sentiam.
Os pesquisadores teorizam que a técnica pode ser eficaz porque promove a coordenação por meio do relaxamento, em vez de coordenação muscular. O trabalho começou em abril de 2008 e se estendeu até março de 2009.
O tai chi chuan é conhecido pelos benefícios que promete à saúde, como alivio do estresse e melhora da circulação. E, de acordo com um estudo apresentado no Encontro Anual de Academia Americana de Otorrinolaringologia, realizado em San Diego, nos Estados Unidos, a lista de pontos positivos pode aumentar. É que a prática foi associada ao tratamento de tonturas e outros distúrbios do equilíbrio.
Os pesquisadores avaliaram os efeitos da arte marcial chinesa, que prioriza movimentos lentos, em 18 mulheres e três homens. Os pacientes não haviam conseguido alívio do problema com a terapia convencional.
Eles responderam a um questionário antes e após oito semanas de envolvimento com o tai chi chuan. Todos relataram melhora do que sentiam.
Os pesquisadores teorizam que a técnica pode ser eficaz porque promove a coordenação por meio do relaxamento, em vez de coordenação muscular. O trabalho começou em abril de 2008 e se estendeu até março de 2009.
segunda-feira, outubro 05, 2009
Economia que sai caro...
É comum as pessoas estacionarem o carro à frente da minha casa para caminharem pela avenida, na orla. É um exercício econômico e agradável. Eles chegam, descem do carro, alongam-se e começam a caminhada. Eu, às vezes, distraio-me observando os "preparativos" e fico a pensar o quanto nossa imaginação pode nos levar a enganos que podem causar danos físicos significativos...
Como profissional de educação física e conhecedor das rotinas relacionadas aos exercícios, já sei que, muitas vezes, numa aula qualquer, ao demonstrar um movimento, o aluno repete outro muito diferente. Ele está tentando refletir uma posição, acha que está acertando, mas o resultado é algo muito diferente daquele por mim apresentado. Corrijo, mostro detalhes básicos, uso de didática e... Paciência.
Imagine, então, um leigo, sem uma referência concreta, tentando executar uma sequência de alongamento. Sim, aquele que havia descido do carro e estaria prestes a realizar sua caminhada matinal. É fácil observar erros absurdos. Ele acha que está fazendo tudo certo, mas, na verdade, está forçando joelhos, lombar, ombros... Às vezes está acompanhado e, incrível, "ensina" sua técnica à sua companheira.
Ontem um casal exercitava-se. Apoiavam-se no carro, levantavam uma das pernas para trás, com várias insistências, que forçavam nitidamente a lombar e provocavam uma tensão nos ombros descomunal. Enquanto a perna subia, o tronco descia e o pescoço projetava-se à frente. No imaginário de ambos, eles estariam repetindo perfeitamente "imagens" de esportistas. Ao longo do tempo, essa repetição diária significa risco certo de lesão.
Tratamentos, remédios, perda de tempo e de produtividade... Aquela economia de que falamos a início iria por água abaixo.
Esta caminhada pode ser orientada. Pode ser parte de um programa de condicionamento físico, que se inicia com um fortalecimento -geral ou específico- e passa pela construção de conhecimento e padrões de movimento. Alongamento, simetria, respiração, postura...
Parte do treinamento proposto na academia -não precisa de um treinador exclusivo, não!- pode ser uma boa caminhada ao ar livre, sim. Agradável e... Segura!
Fotografei e publiquei aqui sem identificação, sem intenção de prejudicá-los, e, sim, para ilustrar e orientar.
Como profissional de educação física e conhecedor das rotinas relacionadas aos exercícios, já sei que, muitas vezes, numa aula qualquer, ao demonstrar um movimento, o aluno repete outro muito diferente. Ele está tentando refletir uma posição, acha que está acertando, mas o resultado é algo muito diferente daquele por mim apresentado. Corrijo, mostro detalhes básicos, uso de didática e... Paciência.
Imagine, então, um leigo, sem uma referência concreta, tentando executar uma sequência de alongamento. Sim, aquele que havia descido do carro e estaria prestes a realizar sua caminhada matinal. É fácil observar erros absurdos. Ele acha que está fazendo tudo certo, mas, na verdade, está forçando joelhos, lombar, ombros... Às vezes está acompanhado e, incrível, "ensina" sua técnica à sua companheira.
Ontem um casal exercitava-se. Apoiavam-se no carro, levantavam uma das pernas para trás, com várias insistências, que forçavam nitidamente a lombar e provocavam uma tensão nos ombros descomunal. Enquanto a perna subia, o tronco descia e o pescoço projetava-se à frente. No imaginário de ambos, eles estariam repetindo perfeitamente "imagens" de esportistas. Ao longo do tempo, essa repetição diária significa risco certo de lesão.
Tratamentos, remédios, perda de tempo e de produtividade... Aquela economia de que falamos a início iria por água abaixo.
Esta caminhada pode ser orientada. Pode ser parte de um programa de condicionamento físico, que se inicia com um fortalecimento -geral ou específico- e passa pela construção de conhecimento e padrões de movimento. Alongamento, simetria, respiração, postura...
Parte do treinamento proposto na academia -não precisa de um treinador exclusivo, não!- pode ser uma boa caminhada ao ar livre, sim. Agradável e... Segura!
Fotografei e publiquei aqui sem identificação, sem intenção de prejudicá-los, e, sim, para ilustrar e orientar.
domingo, outubro 04, 2009
As baleias estão aí!
sábado, outubro 03, 2009
Três gerações e o Pilates
Zeca Veloso, mais seu pai, Caetano e sua avó, Dona Canô, são praticantes de Pilates. Aos 102 anos, a matriarca da família frequenta uma academia em Santo Amaro da Purificação, Bahia.
Sem contraindicações, Pilates adapta-se a todas as idades e aptidões físicas.
Sem contraindicações, Pilates adapta-se a todas as idades e aptidões físicas.
sexta-feira, outubro 02, 2009
Rumo a "Rio 2016"
Amanhã tem competição de natação na AABB de Itabuna. Domingo tem Maratona Aquática da Maramata ao Rio do Engenho, em Ilhéus. Esporte, aventura e meio ambiente em foco! A Equipe Tonus, claro, estará presente.
O esporte comemora a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016. Independentemente do jogo de interesses, as novas gerações serão definitiva e positivamente influenciadas por esta escolha.
O esporte comemora a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016. Independentemente do jogo de interesses, as novas gerações serão definitiva e positivamente influenciadas por esta escolha.
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