quarta-feira, setembro 02, 2009

Lição de vida

Autor desconhecido

Dois homens, ambos gravemente doentes, com muitas dores, sofrendo muito, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles, podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões. A sua cama estava junto à única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias… Todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto, todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela.

“A glória da vida é amar, não ser amado; dar, não receber; servir, não ser servido.” ( H. W. Bieber)

O homem da cama do lado, aquele que não podia se mover, começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela. A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, amor e carinho, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena; viajava e sonhava com o mundo lindo visto da janela.

“O que temos feito por nós mesmos morre conosco; o que temos feito pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal.” (Alberto Pike)

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a refratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram com este lindo ato de amor.

Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

“É quando esquecemos de nós mesmos que fazemos coisas que serão sempre relembradas.”(Eugene P. Bertin)

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e calmamente olhou para o lado de fora da janela… Que dava, afinal, para uma parede de tijolo! Que surpresa…

O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela. A enfermeira respondeu que o homem era cego e estava muito doente, sabia que estava no fim da vida e nem sequer conseguia ver a parede:

“Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem para que você pudesse suportar tantas dores e sofrimentos…”, disse a enfermeira.

*Moral da História*: Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é o dobro de alegria.

“O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que lhe chamam presente.”

Cigarros, cigarros, cigarros...

Falamos há pouco tempo da nova lei paulista que restringe o fumo em locais fechados de uso coletivo. Falamos da imensa aprovação da população -mesmo entre fumantes- e da necessidade de técnicos -no caso, pesquisadores da medicina- intervirem em costumes sociais.

Mesmo assim, e no entanto, ainda me surpreendo ao encontrar fumantes.

Falamos, aqui, também, da minha "teoria dos pequenos suicídios" e este hábito talvez seja o mais evidente suicídio gradual em nossa sociedade. Hoje cheguei a assustar um rapaz durante uma avaliação física:

-A vida está ruim? Seus amigos não te interessam? Por que você quer deixar sua família sem sua presença? A cada cigarro que leva a boca, comete um pequeno suicídio. Deixa este mundo um pouco mais sem você.


Incrível, há agravantes. O pai teve 4 infartos. Ele, o filho, não faz exercícios, alimenta-se mal -perguntei como foi o café-da-manhã e a resposta foi "nada"-, está estressado, ansioso, elétrico, com sintomas como pontadas no peito e azia.

A boa notícia? Ele tem menos de 30 anos. Há tempo de sobra para uma virada, uma desintoxicação, uma "tomada de consciência"... Não é obeso, não tem dores nem lesões, sua pressão arterial está estabilizada. O mundo, para ele, ainda não caiu. Ainda. Apenas ele pode reverter esta trágica tendência. Eu ajudei um pouco, dei um impulso e vou acompanhá-lo nessa tarefa.

Após o susto, senti sincera gratidão pelo "tapa" que me senti impelido a oferecer a ele. Será que ele se afastará e se entregará à sedução dos sofás, das geladeiras e das tevês? Ou, decididamente, estará presente nos dias previstos e, pacientemente, aceitará o tempo necessário para a mudança definitiva?

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