quinta-feira, abril 30, 2009

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Incrível o que este pessoal anda fazendo... Tente "pegar" a aranha com o mouse, pelas patas ou pelo corpo. Copie o endereço ou digite-o no seu browser...

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domingo, abril 26, 2009

Ainda não li...

...Mas tenho a impressão de eu poderia ter escrito pelo menos parte deste livro.

O Ciclo da Auto-sabotagem, de S. Rosner e P.Hermes, mereceu uma sinopse interessante no jornal A Tarde deste domingo. Fala de um ciclo repetitivo comum a muitas pessoas e que, se tomamos consciência dele, podemos iniciar um processo de "libertação". O autor fala do risco de tornar-se "refém de si próprio". Teríamos medo de abandonar uma forma já conhecida de agir, mesmo que não nos traga, efetivamente, felicidade. Seria como se, pelo fato de sabermos o que vai acontecer, ficássemos mais seguros. Sim, medo do novo, do desconhecido. Medo de piorar o que já pode ser, razoavelmente, ruim. Suportavelmente ruim...

Cita exemplos de homens que escolhem sistematicamente mulheres com personalidades semelhantes e que nunca os satisfazem. Ou aqueles que reclamam não serem reconhecidos por seus chefes e fazem o mesmo com seus próprios subordinados.

No meu modo de interpretar, isto soa como a repetição de um script assimilado em tempos distantes, na primeira infância. Seria lá que teria se formado a nossa "forma de ver o mundo", ou nossa "forma de agir". Repetimos o enredo e trocamos os atores. Muitas vezes nem somos o personagem principal, somos meros coadjuvantes de nossa vida.

Este é um discurso que tenho utilizado com frequência. Principalmente ao tentar criar pactos para a recriação de novas pessoas, em especial aquelas que desejam adquirir novos hábitos -alimentação, exercícios, relacionamentos- e sentem-se impotentes para isso.

E todos me perguntam como conseguir algo tão difícil. Minha resposta é sempre a mesma. O primeiro passo, sugiro, é abrir as portas para a mudança. O segundo passo é aceitar que fomos sendo influenciados por todos -sim, todos- os fatos que aconteceram em nossa vida. Em seguida, propor-se a aceitar as mudanças que porventura acontecerem, independentemente de gostarmos delas ou não. E, sempre considerando que hoje já não somos mais aquela criança emocionalmente tão vulnerável e que podemos reconstruir nossa maneira de lidar com problemas e situações cotidianas. E, finalmente, estarmos abertos a perceber cada emoção -boa ou ruim- provocada pelos acontecimentos cotidianos.

Quais são as atitudes que você tem repetido sistematicamente? Estas atitudes têm provocado insatisfação, incômodo, frustração? Quem sabe não é hora de enfrentar este verdadeiro ciclo de auto-sabotagem?

sábado, abril 25, 2009

J. C. VIOLLA

Há alguns dias falei aqui de J. C. Violla, como um dos que me influenciaram pessoal e profissionalmente. Meu gosto pela expressão, pela dança e pela arte formou-se também durante as aulas que frequentei em seu estúdio.

Ele formava o trio que, tendo aprendido com D. Maria Duschenes, em SP, abriram seus estúdios e puseram-se a multiplicar seu conhecimento e sensibilidade. Além dele, Klauss Vianna e Ivaldo Bertazzo.

Com certeza há influência em meu olhar atento à postura, à simetria e, principalmente, à naturalidade do movimento.

A imagem mostra o cartaz de um espetáculo da época, Petruchka, que assisti na estréia e acompanhei ensaios e elaboração do cartaz, do figurino e cenário, obras do grande Naum Alves de Souza. A foto mostra o piso, tacos de madeira, de seu estúdio e o boneco representado por Violla.

Anemia

A notícia nos chama a atenção: no Nordeste, uma em cada três mulheres está carente de ferro. Quase 40%, para falar a verdade... Anemia total! O mais interessante é que nas cidades a situação é... Pior!! Sugerem que no campo a alimentação seja mais natural.

Estive em Mascote e Itapebi na quinta-feira. Cidades pequenas. Interior da Bahia. Interior do Brasil. Sim, América Latina, hemisfério Sul... Não quisemos almoçar. Estava quente, tínhamos pressa.

- Que tal um suco e um lanche rápido?

Iniciou-se a busca pelo impossível. Suco? Só "refri".

- Tem este natural, aqui, moço, Skinka, de fruta.

Natural. Está escrito: "laranja". Então é de fruta. E fruta é natural... Não encontramos um lanche razoavelmente saudável. Apenas salgados, enroladinhos e industrializados: biscoitos, biscoitos, biscoitos...

A dieta do brasileiro está na UTI. Foram-se os costumes alimentares que prolongaram a vida de nossas avós e bisavós. Hoje são os remédios que fazem isso. Às custas de sofrimento causado pela anemia, hipertensão, diabetes, doenças do coração, derrames, obesidade.

Além dos hábitos alimentares, como, por exemplo, servir a crianças apenas um lanche no lugar do jantar, nutricionistas indicam, ainda, outro fator que intensifica a "epidemia" de anemia: verminoses causadas por ausência de saneamento básico (água limpa) e péssimos hábitos de higiene. Fracasso das atuais políticas públicas.

A estrutura hospitalar estatal, de atendimento médico, de saúde da família, de exames, não suporta mais a enxurrada de vítimas desta situação.

Eu digo a quem quer ouvir:

- Vamos dar essa moleza às indústrias farmacêuticas? Vamos continuar pagando nossos impostos para, além dos tradicionais "desvios", serem desperdiçados com atendimentos à saúde que poderiam ter sido evitados e com um custo muito menor?

Só podemos, então, reclamar, se fazemos nossa parte. Como anda sua alimentação? O que você tem feito para não enriquecer as indústrias de remédios? Como você tem alertado as pessoas de sua família e seus amigos sobre esta situação? Couve (foto), símbolo máximo de alimento rico em ferro, cresce como mato!

Ou a anemia já afetou o raciocínio de todos e a vitória chegou aos poderosos?

quinta-feira, abril 23, 2009

Ela deu um basta aos remédios!

Sim, foi ontem que fiquei sabendo. Ela veio me contar, feliz da vida.

- Parei com os remédios! Vou emagrecer sem eles!

- Mas você está bem?!

- Sim! Eu não estava conseguindo dormir direito... Esta noite dormi como um anjo!

- E seus exercícios?

- Aos poucos estou aumentando o tempo. Já me sinto muito melhor! Minha frequência cardíaca está normal, agora!

E ela realmente precisava disso. Cheguei a ficar preocupado. Será que fui severo demais, ao insistir que sua saúde estava em risco?

O sorriso de satisfação disse tudo. Não tem preço.

segunda-feira, abril 20, 2009

MR MAGOO

Um exemplo que ilustra o texto a seguir. Mais diversão e... reflexão!

Cego na corda bamba...

Outro ensinamento de personagens de desenhos animados antigos...

Mr. Magoo -míster magú- é mais um daqueles tipos que dificilmente esquecemos. Figura simpática, este senhor careca, de olhos espremidos e que pensa não correr riscos nas mais arriscadas situações. Um inocente personagem que escapa de forma surpreendente de todas as "armadilhas" pelo caminho.

Ele vê no jornal a imagem de um bandido e conclui que é a de um detetive. Ele enxerga muito mal. E o pior: não assume esta deficiência e enfrenta grandes dificuldades. A graça é que elas acontecem sem que ele saiba, também!... Ele não percebe o risco e não percebe como se safa dele. No final, tudo acaba bem.


Sorte? Irresponsabilidade? Confiança?

Na ficção é assim. No desenho. Ele nos lembra que é bom abrirmos os olhos para os riscos e as armadilhas da vida. Não podemos fingir que eles não existem. Não podemos fingir estarmos preparados paa enfrentá-los.

Ao mesmo tempo, Joseph Murphy, nos ensina que é importante focarmos na solução e, não, no medo ou nos problemas em si. O medo seria a pré-materialização do fato temido, em nosso subconsciente, esta verdadeira "fábrica" do nosso futuro. Mr. Magoo não tem medo e isto pode explicar os "finais felizes"...

Às vezes é bom sermos um pouco "Mr. Magoo", aventureiros, meio cegos e confiantes.

Às vezes temos que tomar cuidado com o excesso de confiança e olhar bem para os lados e à frente e, decididamente, prepararmo-nos para o futuro!

domingo, abril 19, 2009

Otimistas, pessimistas e realistas

Uma amostra que ilustra o texto a seguir. Divirta-se e... reflita!

Ó, vida! Ó, azar!

Ou: como podemos aprender com os "tipos" dos desenhos animados de tempos atrás...

Uma hiena que, ao invés de rir, era mal-humorada. Sim, dizem que hienas, pelo seu jeito de mexer a boca, parecem sempre estar sorrindo. Mas havia uma, a "Hardy", que vivia reclamando da vida.

Mesmo os que não são "jovens há muito tempo" já ouviram a expressão que representa um tipo de gente que apenas vê o lado negativo dos acontecimentos.

- Ó, vida! Ó, azar!

Há poucos dias comentei meu respeito por um autor que teria ajudado a compor minha maneira de ver o mundo. Ele -Joseph Murphy- escreveu sobre o poder de nosso subconsciente. Qual seria nossa análise sobre os efeitos do subconsciente de nossa querida e saudosa Hardy?

Ora, ela faz questão de assumir para todos que é "azarada" e que nada dá certo para ela... Joseph Murphy diria que as mensagens para seu subconsiente são claras e que ele (o subconsciente) provocaria reações e atitudes que "combinariam" com este clima e, assim, mais e mais "coisas erradas" estariam se preparando para acontecer...

Este Murphy não tem nada a ver com a Lei de Murphy -"If anything can go wrong, it will"- , mas, de alguma forma, explica-a. A lei, dizem, surgiu em 1949, por conta de experiências de um tal de Edward Murphy, da Força Aérea do Estados Unidos.

"Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará."

Joseph, o primeiro Murphy de que falei, diria que devemos nos concentrar nas respostas que nosso subconsciente já possui e abrir caminho para que elas apareçam. Hardy, nossa hiena, simplesmente desacredita de sua capacidade de resolver problemas e, mais ainda, faz disso seu ritual, sua marca registrada. É como se orgulhasse disso...

Quantas "hardys" você conhece? Quantas pessoas encontramos que seu script é fazer-se de vítima e colocar a culpa nos outros? Muitas... O maior risco, para elas, é deixar de caminhar em direção à verdadeira solução de seus problemas. Mesmo os menores deles.

Quem diria, ein? Aquela hiena aparece, agora, em 2009 para nos ensinar a ser um pouco mais felizes...

sábado, abril 18, 2009

PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS - NOTA TÉCNICA

Versão 1.0.2009
Introdução

Planos Diretores têm o poder de influenciar a paisagem. Em meio urbano, ou seja, nas cidades, a paisagem é definida pelas construções, vias, remanescentes naturais e vazios. Na área rural, a paisagem é definida pelas estradas, florestas e outras composições de vegetação, ocupações agrícolas, rios, lagos.

O Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece, entre outras coisas, limites e incentivos para a ocupação do território. E isto cria forças de expansão em alguns pontos do município, ou de contenção à ocupação, em outros locais. A partir do processo participativo, a população ajuda os técnicos a alcançar um modelo que seja mais próximo daquele que servirá para melhorar a vida da maioria. A lei que é desenvolvida em conjunto não garante as melhorias. No entanto, será muito mais provável que as ações tornem-se realidade se a população continuar participando, fiscalizando, apoiando.

Tudo o que se refere a paisagem tem a ver com Arquitetura e Urbanismo. Desde a largura das ruas e avenidas, passando pelas construções em si e a definição de suas localizações e características, até a escolha de que regiões deverão ser preservadas e transformadas em parques, por exemplo. Neste sentido, apresentamos um breve roteiro para auxiliar cidadãos e detentores de mandatos públicos a compreender estas questões quando presentes no Plano Diretor e dele aproveitarem o máximo.


Fotografia: Bairro do Pontal e Aeroporto de Ilhéus (fonte: Google Earth)

1. Crescimento ou Desenvolvimento?

No desejo por melhorias de condições de vida, há quem acredite que crescer é o único remédio. Mais casas, mais comércio, mais ocupação, mais pessoas, mais indústrias, mais plantações... É importante crescer, mas com planejamento. Muitas vezes crescer demais pode provocar aglomeração de pessoas e escassez de recursos. Muitas vezes os caminhos do crescimento provocam perdas irremediáveis de rios, matas, patrimônio histórico, que podem ser importantes para a qualidade de vida e para o equilíbrio econômico do município, a médio e longo prazo. O verdadeiro Desenvolvimento acontece lentamente e a partir de um planejamento que deve envolver os cidadãos, seus representantes e técnicos experientes. Para crescer, há condições especiais e uma delas é a disponibilidade de “equipamentos urbanos” ou “infraestrutura urbana” ou “serviços urbanos” ou, ainda, “serviços públicos”. São a rede de água e esgoto, sistemas de transportes (ônibus, por exemplo), iluminação pública, que devem ser dimensionadas e estar disponíveis para que o crescimento seja adequado.

2. Ocupação do território

Os cidadãos desejam melhorar de vida. Querem ampliar suas casas ou mudar para regiões em que possam viver melhor. Pessoas que chegam à cidade querem ter onde morar. Famílias querem ter um sustento, que pode ser uma roça ou um comércio, por exemplo. Para tudo isso eles precisam de espaço. Será que há este espaço na sua cidade? Se há, como ele deve ser utilizado? A cidade deve crescer em todos os sentidos, para todos os lados, ou há lados mais recomendados para este crescimento? A cidade cresce e invade a área rural. Isto é aceito pela população? Aquela área rural não está produzindo e já está preparada para receber ruas, escolas, praças, e virar um novo bairro?

3. Função social da terra e da propriedade

O Estatuto da Cidade procura incentivar a utilização da terra e da propriedade de forma a permitir que elas cumpram sua função social. Isto significa que um terreno ou uma propriedade não deveria valer-se dos investimentos públicos (em serviços, por exemplo) para aumentar seu valor. E que os “vazios urbanos” devem ser prioritariamente ocupados e utilizados. Estes vazios são aqueles terrenos na cidade que estão vazios, imóveis abandonados ou em ruínas, que estão servidos de energia elétrica, água, próximos a transportes e segurança, mas não mora e nem trabalha ninguém lá. Os Planos Diretores elaborados em sintonia com o Estatuto da Cidade devem apresentar e regulamentar diversos “Instrumentos” para garantir ao município o direito de intervir e promover esta intenção legal. São os “instrumentos de Gestão Urbana” descritos no Capítulo I do Título IV.

4. Desenvolvimento Urbano

Muitas vezes não cabe ao município apenas, a realização de ações importantes para os cidadãos. Mas o ponto de partida é, sim, no município. Elaborar “estudos”, “projetos”, “levantamentos”, pode auxiliar em muito na hora de realizar “articulações” com os Governos Estadual e Federal, incluindo Secretarias e Ministérios. É uma forma de “viabilizar recursos”. O fato do orçamento municipal ser restrito não o impede de investir em planos e programas de forma a apresentá-los a instituições financiadoras. A Lei do Plano Diretor define diretrizes, prioridades, objetivos e “ações prioritárias”. Estas ações estão listadas na lei e deverão, sim, ser as primeiras a serem contempladas por recursos e planejamentos específicos.

5. Conflitos e usos incompatíveis

Ao crescer, a cidade e seus cidadãos acabam escolhendo aleatoriamente como isso deve acontecer. O resultado é o aparecimento de “conflitos”, como a proximidade de escolas e indústrias barulhentas, de residências com criação de animais, de hospitais com vias de tráfego constante e ruidoso. Há, também, usos considerados incompatíveis, ou seja, instalações que não deveriam estar onde estão, como um aterro sanitário próximo a uma área turística, por exemplo.

6. Parcelamento do solo e adensamento

Há uma Lei Federal que propõe como deve ser efetuada a divisão dos terrenos e cria limites para isso. No município, também pode haver mais restritivas. A razão é tentar garantir “habitabilidade” e mínima “qualidade de habitação” às construções. Uma frente mínima de um lote para uso residencial não deve ser inferior a uma medida que permita um cômodo de dimensões razoáveis e iluminado e ventilado adequadamente. Ao mesmo tempo, ao parcelar o solo o cidadão está trazendo para viver mais pessoas onde antes moravam menos. Será que há capacidade de “infraestrutura urbana” suficiente para mais e mais pessoas naquele bairro? Aquela região da cidade aceita maior “adensamento”, que é justamente isso: mais pessoas morando e vivendo no mesmo lugar?

7. Áreas de risco e áreas de preservação

É comum ficarmos sabendo de desmoronamentos que causam prejuízos e ferimentos. Inundações, também. É importante localizar, no território do município onde estão as regiões sujeitas a riscos físicos e trabalhar para preveni-los e, até, impedir a ocupação por pessoas. Há, inclusive, situações em que o poder público precisa realizar projetos e programas para remover pessoas e realocá-las em regiões seguras.
Da mesma forma, há leis que definem quais são as regiões consideradas “áreas de preservação permanente”, as APP. Estas áreas devem ser desocupadas, recuperadas e preservadas. São as margens dos rios, as encostas e os topos de morros, as matas nativas, as restingas (praias). É importante o município localizá-las nos mapa e esforçar-se para cumprir a legislação, principalmente porque as leis ambientais existem para melhorar a qualidade de vida de todos e há espaço suficiente para moradias e atividades econômicas sem que seja preciso utilizar as APP.

Há, também, áreas consideradas de “risco social”, ou seja, onde o poder público tem dificuldade de agir e crianças, jovens e adultos vivem desprovidos de serviços de segurança e sujeitos a seduções de álcool, drogas, prostituição e criminalidade. Estas áreas devem ser demarcadas e ser alvo de programas de recuperação e inclusão social.

8. Macrozoneamento e zoneamento

Para melhor compreender e monitorar o que está definido na lei do Plano Diretor, acompanha a lei os mapas com definição de áreas e pontos importantes e significativos. O mapa do Macrozoneamento Municipal abrange todo o território do município, são áreas de grande tamanho e, ainda pontos de interesse específico. As macrozonas definem, especialmente, as áreas em que a questão socioambiental é mais forte e deve ser considerada como prioridade em planos e programas e, ainda, as áreas em que a atividade agrícola deve ser intensificada, sempre de forma sustentável e prioritariamente utilizando Sistemas Agroflorestais, aqueles em que não se derruba maciçamente a floresta para produzir. O Zoneamento Urbano alcança a área urbana, a sede do município, a cidade e, eventualmente, algum distrito. As zonas urbanas existem especialmente para definir áreas mais adensadas na cidade, ou seja, em que se permite maior ocupação, edificações mais altas, com mais pessoas morando num quarteirão, por exemplo. Ou áreas de baixa densidade, com casas e maiores recuos umas das outras, permitindo maior insolação, ventilação e qualidade de vida. No zoneamento há as Zonas de Especial Interesse Social, referentes às áreas de risco físico ou social. Há zonas para preservação ambiental e outras reservadas para futura expansão da cidade. Em ambos os mapas há demarcação de pontos de interesse turístico ou histórico. São as Áreas Focais.

Deve-se compreender especialmente a questão dos coeficientes previstos no zoneamento. Se há desejo de adensar a região, permite-se coeficiente de aproveitamento (C.A.) maiores. Por exemplo, se o C.A. permitido é 2,5, isto significa que em terrenos de 300 metros quadrados, permite-se até 2,5 X 300 = 750 metros quadrados de construção. A Lei de Uso e Ocupação do Solo, futuramente elaborada, definirá recuos em relação à rua ou às divisas e isso caracterizará o padrão das construções daquele bairro. Lembre-se: mais recuo significa mais ventilação livre pela cidade, mais insolação, mais saúde e qualidade de vida. Não é uma questão puramente estética.

9. Conselho da Cidade

Além de todos os conselhos existentes e propostos, o Conselho da Cidade deve ser constituído com a finalidade de acompanhar e monitorar, justamente, a execução dos estudos, programas e ações previstos no Plano Diretor. Em especial as “questões urbanísticas”, que são os temas que envolvem conflitos de vizinhança, propostas de expansão de vias e bairros, definição de localização de equipamentos como rodoviárias, centros comerciais, prioridades de investimentos.

sexta-feira, abril 17, 2009

Planos Diretores de Itapebi e Mascote

As audiências finais serão nos dias 6 (Mascote) e 7 (Itapebi) de maio. Depois de muito trabalho e, principalmente, criatividade, os projetos de lei serão apresentados à comunidade.

Estão todos de parabéns! Não foi fácil. A metodologia para pequenos municípios não estava pronta. Tivemos que, simplesmente, elaborá-la. A população -e, mesmo, os políticos- desconfiaram, a princípio. Mas aderiram e deram demonstração de interesse coletivo. A equipe técnica superou dificuldades e apresenta, agora, um resultado magnífico.

Além de Mascote e Itapebi, foram concluídos os Planos Diretores Municipais Participativos de Barro Preto, Itapitanga, Arataca, Jussari, Ibirapuã e Itagimirim. Exemplos a serem seguidos.

Tempo criado

Há muito tempo me refiro com esta expressão a um dos mais espetaculares efeitos da prática regular de atividades físicas.

Pense assim: quando estamos sedentários -há muito tempo sem nos exercitar- o dia se arrasta. Acordamos cansados. O trabalho não rende. Às vezes temos que realizar uma tarefa várias vezes até que o resultado seja aceitável. No fim de tarde estamos acabados, quebrados, de mau humor. Exercícios? Nem pensar!

- Se já estou cansado sem, imagine com eles!...

Caímos na cama aguardando o novo dia, que será igual. Ou pior. É como se o dia tivesse 20 horas, apenas.

Se este é seu caso, ou de alguém que você conheça, proponho devolver a vocês as 4 horas que lhes foram tomadas. É o "tempo criado" pelo exercício. A princípio, existe, sim, uma cota de sacrifício -você já conseguiu algo importante sem esforçar-se?-, mas após alguns dias, o dia será maior. Se antes faltava tempo para o estudo, agora o tempo dedicado ao estudo renderá muito mais. As noites bem dormidas alterarão seu humor pelas manhãs. Os caminhos estarão mais livres e a sensação é unânime:

- Parece que o dia ganhou horas a mais...

É o tempo sendo criado.

segunda-feira, abril 13, 2009

Desenrola-se como uma fita

É assim que me refiro à coluna vertebral ao subir, lentamente, vértebra por vértebra. E sempre me reporto a um dos melhores livros que li. A autobiografia de Pablo Neruda: "Confesso que vivi".

O grande poeta chileno passou sua infância nos arredores dos grandes lagos daquele país. E conta como, ainda criança, encontrou um cisne fraco e doente. Cuidou dele dias a fio. Alimentava-o levando pequenos peixes a seu bico. E relata quando sentiu, "como uma grande fita que se desenrola, o pescoço cair por sobre seu ombro". E a frase, linda, fecha o pensamento:

- Assim eu descobri que os cisnem não cantam quando morrem.

Um poeta contando sua biografia.

Apesar da imagem com luzes de relativa tristeza, lembrem-se de desenrolar suas colunas ao levantar-se. Como uma fita.

domingo, abril 12, 2009

Sidney Poitier - To Sir With Love

O filme e a música foram emblemáticos para uma geração e, ainda, abriram portas...
Para lembrar...
E, para quem não assistiu, o filme contou a história de um professor negro que, ao assumir uma classe com alunos problemáticos, adotou métodos inovadores e foi incompreendido pelso superiores. Enfrentou dificuldades e discriminação, quase desistiu e, no final, conquista seus alunos. A cena mostra os momentos finais, em que ele se despede da turma. Eles, compuseram uma música em agradecimento. "O dia de fechar os livros chegou.(...) Como posso agradecer alguém que nos tenha afastado de um caminho errado." Esta música é bastante conhecida, mesmo pelos mais jovens, mas é daquelas que sempre retornam à mente e simboliza ousadia, superação e, principalmente, a importância de verdadeiros mestres para nossas crianças e jovens...

quinta-feira, abril 09, 2009

A prática da aceitação

Os livros "Pequenos Milagres" e "Pequenos Milagres II", de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, parecem, à primeira vista típicos textos americanóides. Relatam histórias de incríveis coincidências que alteraram rumos de muitas vidas.

Além dos inevitáveis "perdeu o avião e houve um terrível acidente", há citações das quais podemos aproveitar muito mais do que imaginamos. A que mais me impressionou foi a história de uma pessoa com música em alto volume nos fones de ouvidos, ao aproximar-se para atravessar uma rua segurando uma criança em uma mão e um jornal na outra, lendo e distraída. Na outra calçada, algumas pessoas acenavam e gritavam em vão. Um grande caminhão em velocidade aproximava-se e seria atropelamento certo. Ela não ouviu. Naquela cidade raramente ventava e, exatamente naquele momento, uma lufada de ar formou-se, quase levando o jornal que ela estava lendo. Ela teria resmungado, esbravejado, e, voltando-se de costas para a rua, pôs-se a recolher as páginas que teriam voado. O caminhão passou e ela nem percebeu. Um risco altíssimo, um acidente certo, teria sido evitado por um pouco de vento na hora certa, no lugar certo.

Verdadeira ou não esta história, pode nos ensinar algo. Quantas "lufadas" podem ter nos salvado de situações de risco? Quantas vezes injetamos adrenalina -e outras substâncias- em nosso sangue por não aceitar acontecimentos que -quem sabe?- poderiam nos conduzir a melhores caminhos? Praticar a aceitação é "lei" em praticamente todas as religiões. Está presente em livros de auto-ajuda e, principalmente, nas orientações maternas. E, cá entre nós, alguém sabe mais da vida -da nossa vida, em especial- do que nossas mães?

domingo, abril 05, 2009

Qual é a importância da arte?

Sim. Arte. Serve para quê?

Valor contemplativo, é isso?! Ficamos tocados ao ouvir uma melodia, observar uma pintura, ouvir uma poesia, assistir a uma peça de teatro... Muitas vezes consideramos "boa arte" aquela que digerimos com facilidade. Ou seja, se a sua estrutura é semelhante a modelos, padrões, que já possuímos, podemos compreendê-la e aceitá-la. Algo como ficarmos em nossa "zona de conforto"... Neste caso, não nos acrescenta nada, mas pode trazer sossego à alma. Seria esta, então, a função da arte, para um indivíduo e para a sociedade? Desculpe, mas me parece muito pouco.

Tenho aprendido que a arte é a expressão de culturas, o retrato de caminhos por elas percorridos e a suspeita de caminhos que elas percorrerão. A arte teria, então, a responsabilidade de prospectar caminhos, propor novas linguagens, novos matizes, novos ritmos. Além de evidenciar a história da cultura de uma sociedade, arte acaba sendo uma forma de vivenciar -experimentar- o futuro, de dar um passo e sentir a firmeza do solo. Claro, se for realmente Arte.

Neste cenário, arte deve instigar a reflexão e, claro, provocar. Chocar.

Sexta-feira, 3 de abril, foi a cerimônia de reabertura do Teatro Municipal de Ilhéus. Estivemos lá para prestigiar o trabalho da Fundação Cultural com apoio da Prefeitura Municipal e da Secretaria Estadual de Cultura. Um teatro repaginado, que já passou por períodos de glória e decadência, mas chega a 2009 com instalações refeitas e com aparência de novo.

Diversas apresentações, algumas de grande qualidade: poesia, música, pintura e dança. Com grande destaque, ao final apresentou-se o Grupo de Dança do Teatro Castro Alves, de Salvador. Na platéia, amantes da arte e leigos. Senhoras conservadoras e jovens com ares de ousadia. Políticos e cidadãos. Cultos e ignorantes. Até a apresentação deste grupo, pudemos observar aquela arte da zona de conforto. Músicas e poesias de aceitação fácil, daquelas sobre as quais qualquer um diz:

- Muito bom! Que qualidade, que expressão!

Ou seja: arte "adequada". No entanto, veio a arte que mexe, a arte que cumpre sua potencial função de provocar. Quarenta minutos contínuos de dança contemporânea, que, para muitos, parecia uma total improvisação. Nada de músicas melodiosas, nada de bailarinos apenas jovens e padronizados, nada de cenários e figurinos deslumbrantes.


Ao invés disso, correrias, movimentos ríspidos, descontrolados, chiados e ruídos... Música? Às vezes. Coreografias uniformizadas? De vez em quando. Mas, sim, uma atmosfera de criação, de verdadeira arte. Uma grande novidade, para a maioria dos presentes. Eu vi e participei de eventos há mais de 20 anos, como "100 cidadãos dançantes", de Klauss Vianna, em São Paulo, quando frequentava aulas de J.C. Violla. Violla, Klauss e Ivaldo Bertazzo eram os grandes "inovadores do movimento" naquela época. Fiquei orgulhoso de ver algo semelhante -uma evolução, uma sequência- em minha cidade. É bonito? Não sei, não interessa a subjetividade da beleza. Interessa a função de criar caminhos para a cultura, ao invés de apenas remexer nos caminhos que já foram trilhados...

Olhando bem, percebia-se claramente o resultado de laboratórios realizados em engenhos e plantações de cana-de-açúcar, e este era o tema: Engenho. Evidenciavam-se os momentos em que todos estavam em sintonia e ritmados, em contraposição à liberdade de movimentos segundos antes e segundos após. O conjunto e o resultado ficou, a meu ver, maravilhoso.

O prêmio a esta arte foi o fato de que algumas pessoas, talvez dez delas, levantaram-se no meio da apresentação e foram embora, com ares de "o quê é isso?!"... Arte que é arte provoca reação e não pode ser unânime.

Parabéns! Vocês fizeram arte!

E você?! Tem feito arte em sua vida? Ou tem apenas repetido velhas fórmulas e conceitos?

sexta-feira, abril 03, 2009

"Verdade nova": discernimento e fofoca

Criança acredita em tudo que os adultos falam. Especialmente se forem professores e, claro, seus pais. Que perigo! Às vezes, falamos por falar. Nem sabemos se é verdade, ou não.

Minha filha contou que a professora disse que encontrou um tamanduá na rua. Acreditar ou não?! Era tamanduá, mesmo? Era uma estrada rural? A professora viu, ou ouviu falar? Sim, temos que considerar que é uma verdade. Professoras têm a responsabilidade da honestidade.

- Ela disse que é por causa da construção do aeroporto...

E agora? Como desmascarar a professora? O aeroporto nem começou a ser construído e os animaizinhos, tendo lido a informação no jornal, estariam a invadir ruas da cidade!... A professora, simplesmente, juntou, como num quebracabeça, informações guardadas em seu imaginário. Animais fogem de seu habitat quando estes são destruídos. A construção de aeroportos promovem a derrubada de florestas. Um aeroporto novo está sendo planejado para a cidade. Conclusão? O tamanduá fugiu do aeroporto!

Sim, florestas são destruídas a cada segundo, no Brasil e no mundo. Um pecado. Uma ignorância. Isto afeta a biodiversidade, a disponibilidade de água, microclimas, atividades humanas... Normalmente são impactos causados pela invasão descontrolada, pela atividade agrícola -pastagens ou plantações-, empreendimentos "planejados", pela ignorância de como funciona a natureza, esta grande provedora da raça humana...


O tamanduá fugiu da mata. Fugiu porque deve estar faltando alimento para ele. Onde ele nasceu, agora devem existir pastagens -bois, vacas, cabras e, até, búfalos tem sido criados à margem do Rio Almada, por exemplo-, moradores expulsos da cidade ou de sua casinha na roça, plantações -muitas vezes na margem dos rios, nas encostas, nos topos de morros, áreas consideradas de proteção permanente (APP)-...

Um aeroporto pode, sim, ser mais um fator de degradação destes habitats. Mas pode ser, também, um importante elemento financiador de soluções para os problemas que citamos acima. A diferença vai estar no efetivo olhar participativo da sociedade.

E você? Qual são as pequenas e grandes "verdades novas" de hoje? Qual é a informação que você passou adiante sem a devida confirmação? Adultos agem, em muitas situações, como crianças e acreditam uns nos outros...