domingo, janeiro 18, 2009

Rust Never Sleeps

Fui surpreendido por esta expressão, hoje. Ingenuamente foi traduzida como "água mole em pedra dura...", como uma referência ao ditado dos insistentes. Que desperdício. Que ignorância!

Rust never sleeps. A ferrugem nunca dorme.

Além do nome de um álbum memorável, talvez o melhor, de Neil Young (1979), a expressão é simbólica. Profundamente. Pense bem.

Mais do que a água que fura a pedra de tanto bater, a ferrugem nunca dorme. Nunca desiste. Está sempre em ação, atacando o que não é usado, o que não é valorizado, o que é deixado de lado...

Nos navios há uma equipe encarregada de pintar o casco. Ininterruptamente. Por quê? Porque a ferrugem nunca dorme.

Nós dormimos. O mundo dorme. Nossa disposição pela prevenção, também.

O que pode ser a ferrugem?! Uma artrose, por exemplo. Ou placas de gordura aderindo às artérias. Ou, ainda, literalmente, as articulações tornando-se rígidas pela falta de uso. Se esta ferrugem não dorme, nós podemos dar o troco. Sim: prevenção.

Agora, neste momento, sua "ferrugem" está acordada. O que você tem feito para combatê-la? Como anda sua alimentação? Tem praticado exercícicos com regularidade e devidamente orientado? Como tem evitado o stress e a ansiedade?

Desacelerar não deve significar ceder espaço às "ferrugens" e, sim, permitir-se prevení-las.

Ansiedade

Tenho refletido muito sobre a ansiedade. Alguns alunos têm se referido a ela com mais frequência e me dispus a... Pesquisar.

Interessante: a raiz da palavra vem do grego, "anshein", que significa "estrangular, sufocar, oprimir".

Especialistas se referem a ansiedade como um estado emocional que é despertado em determinadas situações -lugares, pessoas, atividades- e que são comparadas a alguma vivência anterior -memória- Gray, 1987.

Kaplan & Sadock (1995) afirmaram que a ansiedade é um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças.

A ansiedade, portanto, é um acompanhamento normal do crescimento, da mudança, de experiência de algo novo e nunca tentado. Por outro lado, pode caracterizar-se pela excessiva intensidade e prolongada duração, de forma desproporcional à situação que a criou. Neste caso, ao invés de contribuir com o enfrentamento do que estaria causando a ansiedade, atrapalha, dificulta ou impossibilita a adaptação. É o que os especialistas chamam de "ansiedade patológica", que precisa de algum tratamento ou atenção especial.

De qualquer forma, parece sensato preparar-se para mudanças, aceitá-las sem instinto de controle. Além diso, reletir, buscar em fatos e situações no passado possíveis momentos que estariam provocando sintomas atuais de ansiedade. E saber que são situações totalmente anacrônicas, ou seja: estão lá no longínquo passado e continuam a influenciar sua vida. A "sua criança" reagiu de uma maneira específica. Mas como você reagiria hoje, com suas experiências vividas, com sua maturidade atual, com a estrutura que possui hoje?

O objetivo, então, pode ser a preservação da clareza ao enfrentar dificuldades, para planejar com realismo. Para localizar, dimensionar e... Neutralizar os "problemas" que causam a ansiedade. E... Desacelerar!