Uma das principais críticas ao modelo de desenvolvimento nacional adotado a partir da segunda metade do século passado foi a clara, oficial e exagerada preferência pelo transporte de cargas por via rodoviária. Caminhões.
Resultado: grande desperdício de combustível, altos índices de acidentes nas estradas, poluição atmosférica acentuada e sem controle. Sim, as indústrias de veículos agradecem, assim como as petrolíferas, mas a economia, como um todo, sofre e recursos importantes para pesquisas de alternativas, por exemplo, são escoados no asfalto (quando há pavimentação). Acidentes não representam apenas (?!) riscos para as vidas, mas custos com resgate, tratamento, aposentadoria e perda de produtividade. Poluição atmosférica afeta diretamente populações à volta das rodovias, mas, significa, ainda mais, crescente emissão de gases relacionados ao efeito estufa.
Participei da apresentação do RIMA da FIOL. Não sabe o que é isso? Desculpe, mas é importante saber... RIMA é o relatório de impactos ambientais, em linguagem simplificada e acessível, uma espécie de resumo do EIA, o Estudo de Impactos Ambientais. O EIA é a principal exigência para que uma obra obtenha a licença dos órgãos ambientais (no caso de uma ferrovia, o IBAMA). FIOL é a Ferrovia de Integração Oeste Leste. Um mega projeto de transporte que deverá unir Figueirópolis, no Tocantins, a Ilhéus, Bahia. 1.500 quilômetros! Grãos, álcool e minérios que atendem o mercado internacional terão escoamento facilitado.
Sim, a prefeitura de Ilhéus convidou interessados para conhecer o RIMA. Dá para imaginar, não é? Auditório lotado, empresários, ambientalistas, políticos, imprensa, técnicos, sindicalistas... Afinal de contas, como escrevi acima, é difícil imaginar um assunto mais importante para uma cidade que clama por empregos e alternativas de desenvolvimento.
Não. Nada disso. Um constrangedor vazio nas cadeiras. É melhor falar do time de futebol da cidade. Um pouco antes era este o tema e todas as cadeiras estavam ocupadas. Prefeito falando, vereadores discursando, empresários ouvindo... Quem me conhece sabe que não os culpo. A pressão vem da sociedade. Ou, no caso, não vem. Não há pressão. Ninguém se interessa, por que gestores públicos vão se interessar? Especialmente aqueles que poderão estar longe quando os benefícios chegarem...
Mas a verdade é que eu estive lá e tive acesso ao texto e imagens do relatório; o projeto existe e há grandes vantagens sociais e econômicas. Há, também, algumas oportunidades de recuperação e manutenção da qualidade de ambientes naturais, como nascentes, margens de rios, restingas, mangues e ecossistemas em risco, que poderão ser "adotados" por alguns dos empreendimentos esperados na região. Há de se experimentar, acima de tudo, muitos debates e honestidade técnica.
sexta-feira, dezembro 11, 2009
Desacelerando há um ano!!
283 postagens em um ano. Em 14 de dezembro de 2008 publiquei uma entrevista que concedi à revista Pesca Brasil, sobre "megacidades". Era a primeira...
São textos sobre muitos assuntos, passando por psicologia, urbanismo, meio ambiente, educação, saúde, alimentação e muitas situações do cotidiano.
11.000 acessos! É bom saber que, de alguma forma, participo do dia das pessoas e deixo um pouco da minha energia!
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