segunda-feira, julho 20, 2009

Tribos e nada mais


Geoffrey Blainey descreve "numa única conversa" tudo o que aconteceu desde que o mundo foi criado.

Seu livro, "Uma breve história do mundo" é um bestseller. Fácil de ler. É como se falasse de nossa família, de nós mesmos. E, na verdade, fala mesmo!

Por mais que saibamos do contrário, vivemos como se o mundo tivesse a nossa idade, como se o mundo fosse morrer assim que nós morrêssemos. Vivemos como se tudo que existe tivesse surgido com o nosso nascimento.

Será que compreendemos, por exemplo, o sentimento de um palestino ou de um cidadão de Israel? Será que alcançamos o significado da escravidão? Será que nos permitimos perceber como as religiões nasceram e se desenvolveram?

Este estado, quase mágico, de equilíbrio social é uma conquista e tanto. Sim, eu sei, há uma guerra religiosa, há uma crise econômica, há uma devastação dos recursos naturais, há crise moral... Mas, interessante, é bom observar o que aconteceu antes e o que permanece, apesar de tudo.

Há comércio entre as nações. Há trânsito entre os cidadãos. Fora casos de exceção, você pode ir à Europa, à América, Austrália, Ásia... Há uma União Européia, uma ONU... Há comunicação quase instantânea entre todos os povos. Sim, quase todos, mas, se todos os governantes quisessem, teriam essa comunicação possível a todas as pessoas.

Ao mesmo tempo, continuamos agindo como tribos. Nosso instinto é tribal. Tudo se conquistou, na história humana, devido à força, à união, à determinação coletiva dos participantes das tribos. Romanos, Otomanos, Chineses, Gregos, Turcos, Japoneses, Americanos...

E guerras. Muitas guerras. Como nem imaginamos. Hoje há uma "ética" (?) da guerra, até! Ao longo da história, guerra era... Guerra! Como são as guerras, hoje? Pela economia? Pelo petróleo? Pela água? Tribos...

E a ciência? Que papel teve na evolução da raça humana? Foguetes eram lançados, ou para destruir, ou, em tempos de paz, para levar satélites ao espaço. Simples, não é? Sempre haverá utilidade. E o choque da ciência com as religiões? Desde Copérnico aos cientistas atuais que pesquisam células-tronco, há o debate.

E os recursos naturais? Nunca se imaginou que ficariam escassos. Florestas sempre foram fonte de energia. Lenha. Desde o movimento dos continentes em direção ao desenho atual, as populações dependeram de energia e comida. Houve épocas, não muito distantes, que a agricultura produzia na proporção de 3 para 1. Ou seja, uma semente produzia outras três, após a colheita! Uma seria para replantio, duas para alimentação.

Vale a leitura. A gente se situa melhor no mundo e em nossa época.

Diana Krall - Fly me to the Moon

Já que a lua tem estado em evidência...