terça-feira, junho 30, 2009

NIEMEYER

Mais de 100 anos de idade. Mais de 75 anos atuando como arquiteto. Oscar Niemeyer, quem diria, está lançando uma revista. Quer estar perto dos jovens, quer influenciar ainda mais a juventude.

No final da década de 1970, eu cursava arquitetura na FAU e sempre assistia as aulas abertas que Niemeyer já podia oferecer. "Já podia", porque a ditadura agonizava e os "comunistas" -assumidos e supostos, todos que ousavam pensar- estavam de volta, aos poucos, às funções que exerciam antes da cassação -ou perseguição. Sem polemizar quanto a ideologias, seu exemplo é notável.



E, agora, volta a um tema de que já tratei aqui. A importância de "vivenciar" o mundo. Além de nossa formação específica. No caderno .EDU, do jornal O Estado de São Paulo de hoje, a ele é perguntado sobre "dicas" a jovens estudantes de arquitetura. Ele insiste que os estudos não devem se limitar a assuntos da profissão. Ao contrário, devem ocupar-se de tudo que "caracteriza esse mundo estranho que o espera". Ler muito, que pela leitura irá compreender que a vida com seus problemas é mais importante do que a arquitetura (ou qualquer atividade profissional).

"Ele pode se transformar em um excelente especialista, mas sem condições de participar da luta por um mundo melhor."

Ele lembra do melhor conselho que recebeu: "É preciso ler, sobretudo os clássicos."

E explica: "Tudo se entrelaça, neste mundo perverso em que vivemos. A leitura pode nos levar a entendê-lo melhor e fazer-nos mais simples e generosos."

Sintonia total com o Desacelere, não é?