sexta-feira, setembro 11, 2009

Jô Soares entrevista senadora Marina Silva - Parte 2/5

Continuação da entrevista. Vale a pena parar e assistir.

Trabalho aprovado!


A Comissão Técnica Avaliadora aprovou sem alterações nosso trabalho para apresentação no Seminário Internacional de Turismo, que acontecerá nos dias 6 e 7 de novembro, em Curitiba. O tema central desta edição é "Hospitalidade e Sustentabilidade no Turismo - Planejamento, Gestão e Controle".

--------
Avaliador 1: "Como pontos fortes do trabalho avaliado, destacam-se a originalidade, a relevância, a inovação do tema abordado e a contribuição à área. São também bastante coerentes a argumentação desenvolvida e as evidências apresentadas."

Avaliador 2: "O trabalho enfoca uma temática de extrema importância, no contexto do turismo na natureza, aplicando metodologias diferenciadas (com a adaptações inéditas) de avaliação da infraestrutura turística, embasadas em experiências em outras áreas protegidas. Apresenta clareza nos objetivos e seus resultados são de relevante interesse aos gestores das UCs e ao público usuário (turista) dos serviços e/ou atividades oferecidos."
--------

Título:

MATRIZ DE AVALIAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DA ARQUITETURA: UM ESTUDO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM EM ÁREA PROTEGIDA DE USO SUSTENTÁVEL NO LITORAL SUL DA BAHIA, BRASIL

Resumo:

Em todo o mundo estudos indicam grande crescimento das atividades econômicas relacionadas ao turismo, especialmente aquele desenvolvido em regiões com atrativos naturais. Ao mesmo tempo, esforços preservacionistas resultam em criação de novas áreas protegidas e constante aperfeiçoamento das ferramentas de controle das existentes. No Brasil, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC prevê a possibilidade de exploração econômica em alguns tipos de Unidades de Conservação, como a Área de Proteção Ambiental – APA, e é comum ali encontrar meios de hospedagem instalados. Estas pousadas e hotéis, normalmente, diferenciam-se por oferecer experiências ecoturísticas, aquelas em que o visitante entra em contato com a natureza e a população local e contribui, de alguma forma, para a sua sustentabilidade.

Estes meios de hospedagem também são potenciais impactantes e, como dependem da preservação dos recursos naturais, sociais e culturais para a sua longevidade, buscam formas de reduzir os efeitos negativos de sua presença em uma área especial. Há diversos exemplos de empreendimentos bem sucedidos nesta tarefa. Esta pesquisa investigou a arquitetura de meios de hospedagem localizados na APA Costa de Itacaré – Serra Grande, no litoral sul da Bahia, para descobrir o seu verdadeiro diferencial, comparando com a arquitetura de empreendimentos localizados fora de áreas protegidas, no caso, litoral do município de Ilhéus. Utilizou o conceito de matriz ponderal para criar a MASArq, Matriz de Avaliação Sócio-Ambiental da Arquitetura, definindo pesos para seis parâmetros com ajuda de especialistas consultados. Os dados foram coletados com um questionário – formulário com 40 perguntas em 51 meios de hospedagem, a partir de um universo de 104.

O resultado demonstrou haver, sim, uma arquitetura mais sensível às questões sócio-culturais nos meios de hospedagem localizados dentro da APA, em relação àquela dos situados fora da APA. No entanto, a pontuação média geral deste grupo (dentro da APA) resultou bastante abaixo da pontuação máxima a ser obtida: 400 pontos em 1000. O grupo localizado fora da APA conquistou apenas 310 pontos. Em parâmetros como “energia” e “condições sanitárias” os dois grupos obtiveram pontuação semelhante; nos demais, “água”, ”conforto ambiental” (melhor desempenho do grupo de dentro da APA, com 70% da pontuação máxima), “biota” e “condições sócio-econômicas”, todos os resultados foram favoráveis ao grupo localizado na APA. No entanto, nos dois parâmetros considerados mais importantes como “água” e “energia” este grupo alcançou, respectivamente, apenas 21% e 18% da pontuação máxima, o que indica ainda haver muito espaço para melhorias das instalações dos meios de hospedagem em áreas protegidas. Há poucas exigências e padrões para edificações de meios de hospedagem nas Unidades de Conservação e, sem fiscalização e orientação, a sustentabilidade da arquitetura acaba dependendo da consciência eventual de empreendedores idealistas com visão de futuro para investir em detalhes que deverão fazer grande diferença para a sociedade e para o negócio.