quinta-feira, maio 26, 2011
A falência da "educação ambiental"
Então está combinado. A educação ambiental não funcionou. Estamos melhores do que estávamos há duas décadas? Rio ’92 frutificou?
Perdão, milhares de voluntários, estudiosos, profissionais, consultores!... Mas não conseguimos. Chegamos a inventar a “educomunicação ambiental”, um mix de educação e comunicação, mas, novamente, chegamos a lugar nenhum. Ou melhor, chegamos a uma votação politicamente dirigida, sobre um assunto que envolve, essencialmente, como nosso país pretende fazer a gestão dos recursos naturais. O Código Florestal. Um assunto de tamanha responsabilidade –técnica, humana, econômica-, que jamais poderia ser dirigido por interesses políticos, ou partidários. Para mim, isso é lugar nenhum.
Do que entendem deste assunto nossos nobres deputados? Se nossa educação ambiental tivesse sido eficiente todos –inclusive os deputados- saberiam, ao menos, que há técnicos que devem ser ouvidos e respeitados. Sim, eles não são uníssonos, não têm a mesma opinião. Mas são estudiosos e possuem os verdadeiros argumentos. Ao invés de votação na Câmara dos Deputados ou no Senado, deveria haver um debate e uma votação entre os que realmente entendem do tema. E o resultado seria referendado pelos deputados e senadores.
Nossos representantes aprenderam –e aprendem- facilmente os meandros da economia. A “educação econômica” funcionou. Todos sabem tudo sobre inflação, índices, consumo, PIB... Dominam a arte advocatícia. Redigem –quando não copiam, simplesmente- normas, regras, regimentos, leis, como poucos. A “educação legal” funcionou. Legislam sobre tarifas, agências regulatórias, mas não sabem nada de APP, reserva legal, Unidades de Conservação, sustentabilidade... A “educação ambiental” não funcionou.
Contrariando todos os técnicos, resolveram anistiar quem, deliberadamente, derrubou matas para plantar grãos ou criar gado, quando havia muita área sem mata para este fim. Contrariaram técnicos de áreas distantes, como ecologia, urbanismo, biologia, sociologia, e, com denúncias de “legislar em causa própria” (muitos são proprietários de fazendas já autuadas pelos órgãos ambientais), resolveram criar uma nova ordem na natureza. Muitos, até, realmente devem acreditar que “bichinhos e plantinhas” devem servir aos humanos, simplesmente. Muitos deputados, senadores e, claro, brasileiros. É, a “educação ambiental” não funcionou.
Várias sociedade colapsaram ao longo da trajetória humana na Terra. As poucas que reverteram situações dramáticas e salvaram-se do trágico destino apenas conseguiram porque a destruição do hábitat foi rápida e, na mesma geração, salvaram-se memórias de matas fechadas e rios caudalosos. Com isso, puderam adotar medidas emergenciais de recuperação, pois ainda se lembravam de como havia sido seu território. Na Ilha de Páscoa, por exemplo, a destruição foi lenta e total. Jared Diamond, autor de “Colapso” pergunta: -“O que teria pensado o pascoalês que derrubou a última árvore da ilha?”. Nada, o autor responde. Para ele, as árvores não faziam parte da sua vida.
A humanidade está conduzindo com lentidão o processo de destruição do hábitat da raça humana.
Para funcionar, a educação voltada à conscientização ambiental, deve, primeiro, surfar na onda da educação pura, aquela das escolas e aquela das residências, das famílias. Se esta base não funcionar, nada mais funcionará. Em segundo lugar, deve basear-se na disseminação dos princípios da cidadania e cooperação. Aí, sim, após, talvez, décadas de trabalho, poderá ressurgir o que chamaremos de “Educação Ambiental”.
Aliás, chega de palestrinhas, plantiozinhos de mudas, eventozinhos, cartilhazinhas, concursozinhos, programinhas... Não funcionaram. Precisamos de novas estratégias. Precisamos atingir, não centenas ou milhares, mas milhões de consciências!
Perdão, milhares de voluntários, estudiosos, profissionais, consultores!... Mas não conseguimos. Chegamos a inventar a “educomunicação ambiental”, um mix de educação e comunicação, mas, novamente, chegamos a lugar nenhum. Ou melhor, chegamos a uma votação politicamente dirigida, sobre um assunto que envolve, essencialmente, como nosso país pretende fazer a gestão dos recursos naturais. O Código Florestal. Um assunto de tamanha responsabilidade –técnica, humana, econômica-, que jamais poderia ser dirigido por interesses políticos, ou partidários. Para mim, isso é lugar nenhum.
Do que entendem deste assunto nossos nobres deputados? Se nossa educação ambiental tivesse sido eficiente todos –inclusive os deputados- saberiam, ao menos, que há técnicos que devem ser ouvidos e respeitados. Sim, eles não são uníssonos, não têm a mesma opinião. Mas são estudiosos e possuem os verdadeiros argumentos. Ao invés de votação na Câmara dos Deputados ou no Senado, deveria haver um debate e uma votação entre os que realmente entendem do tema. E o resultado seria referendado pelos deputados e senadores.
Nossos representantes aprenderam –e aprendem- facilmente os meandros da economia. A “educação econômica” funcionou. Todos sabem tudo sobre inflação, índices, consumo, PIB... Dominam a arte advocatícia. Redigem –quando não copiam, simplesmente- normas, regras, regimentos, leis, como poucos. A “educação legal” funcionou. Legislam sobre tarifas, agências regulatórias, mas não sabem nada de APP, reserva legal, Unidades de Conservação, sustentabilidade... A “educação ambiental” não funcionou.
Contrariando todos os técnicos, resolveram anistiar quem, deliberadamente, derrubou matas para plantar grãos ou criar gado, quando havia muita área sem mata para este fim. Contrariaram técnicos de áreas distantes, como ecologia, urbanismo, biologia, sociologia, e, com denúncias de “legislar em causa própria” (muitos são proprietários de fazendas já autuadas pelos órgãos ambientais), resolveram criar uma nova ordem na natureza. Muitos, até, realmente devem acreditar que “bichinhos e plantinhas” devem servir aos humanos, simplesmente. Muitos deputados, senadores e, claro, brasileiros. É, a “educação ambiental” não funcionou.
Várias sociedade colapsaram ao longo da trajetória humana na Terra. As poucas que reverteram situações dramáticas e salvaram-se do trágico destino apenas conseguiram porque a destruição do hábitat foi rápida e, na mesma geração, salvaram-se memórias de matas fechadas e rios caudalosos. Com isso, puderam adotar medidas emergenciais de recuperação, pois ainda se lembravam de como havia sido seu território. Na Ilha de Páscoa, por exemplo, a destruição foi lenta e total. Jared Diamond, autor de “Colapso” pergunta: -“O que teria pensado o pascoalês que derrubou a última árvore da ilha?”. Nada, o autor responde. Para ele, as árvores não faziam parte da sua vida.
A humanidade está conduzindo com lentidão o processo de destruição do hábitat da raça humana.
Para funcionar, a educação voltada à conscientização ambiental, deve, primeiro, surfar na onda da educação pura, aquela das escolas e aquela das residências, das famílias. Se esta base não funcionar, nada mais funcionará. Em segundo lugar, deve basear-se na disseminação dos princípios da cidadania e cooperação. Aí, sim, após, talvez, décadas de trabalho, poderá ressurgir o que chamaremos de “Educação Ambiental”.
Aliás, chega de palestrinhas, plantiozinhos de mudas, eventozinhos, cartilhazinhas, concursozinhos, programinhas... Não funcionaram. Precisamos de novas estratégias. Precisamos atingir, não centenas ou milhares, mas milhões de consciências!
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