É comum as pessoas estacionarem o carro à frente da minha casa para caminharem pela avenida, na orla. É um exercício econômico e agradável. Eles chegam, descem do carro, alongam-se e começam a caminhada. Eu, às vezes, distraio-me observando os "preparativos" e fico a pensar o quanto nossa imaginação pode nos levar a enganos que podem causar danos físicos significativos...
Como profissional de educação física e conhecedor das rotinas relacionadas aos exercícios, já sei que, muitas vezes, numa aula qualquer, ao demonstrar um movimento, o aluno repete outro muito diferente. Ele está tentando refletir uma posição, acha que está acertando, mas o resultado é algo muito diferente daquele por mim apresentado. Corrijo, mostro detalhes básicos, uso de didática e... Paciência.
Imagine, então, um leigo, sem uma referência concreta, tentando executar uma sequência de alongamento. Sim, aquele que havia descido do carro e estaria prestes a realizar sua caminhada matinal. É fácil observar erros absurdos. Ele acha que está fazendo tudo certo, mas, na verdade, está forçando joelhos, lombar, ombros... Às vezes está acompanhado e, incrível, "ensina" sua técnica à sua companheira.
Ontem um casal exercitava-se. Apoiavam-se no carro, levantavam uma das pernas para trás, com várias insistências, que forçavam nitidamente a lombar e provocavam uma tensão nos ombros descomunal. Enquanto a perna subia, o tronco descia e o pescoço projetava-se à frente. No imaginário de ambos, eles estariam repetindo perfeitamente "imagens" de esportistas. Ao longo do tempo, essa repetição diária significa risco certo de lesão.
Tratamentos, remédios, perda de tempo e de produtividade... Aquela economia de que falamos a início iria por água abaixo.
Esta caminhada pode ser orientada. Pode ser parte de um programa de condicionamento físico, que se inicia com um fortalecimento -geral ou específico- e passa pela construção de conhecimento e padrões de movimento. Alongamento, simetria, respiração, postura...
Parte do treinamento proposto na academia -não precisa de um treinador exclusivo, não!- pode ser uma boa caminhada ao ar livre, sim. Agradável e... Segura!
Fotografei e publiquei aqui sem identificação, sem intenção de prejudicá-los, e, sim, para ilustrar e orientar.
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