terça-feira, outubro 27, 2009

Crianças, objetivos e metas

Lembro-me bem de ter lido com atenção uma pesquisa que buscava identificar o que levava uma criança -ou um jovem- a ter bom desempenho na escola. Nos EUA e na Europa. Acreditava-se que o diferencial estivesse na inteligência, ou no QI. O resultado caminhou num sentido diferente e inesperado.

Mesmo jovens inteligentes tiravam notas baixas sucessivamente. Alguns, até, perdiam o ano. Afinal, por que motivos um jovem de inteligência mediana -ou inferior- apresentava notas superiores? A resposta é simples: visão de longo prazo. Um objetivo.

- O que é objetivo?

As mãozinhas apareceram, chamando por espaço para falar. Eram crianças de 10 anos e estavam ali para que eu conversasse com elas sobre saúde, atividades físicas, alimentação... Contei a história da pesquisa. E fiz a pergunta. Será que eles têm objetivos?


- Aquilo que a gente tem que fazer!

- Aquilo que a gente vai fazer!

Estavam próximos, mas eu queria despertá-los para o "desejo" de ser algo, de realizar algo, de proporcionar algo a alguém. Resumi.

- É aquilo que a gente quer conquistar.

Perguntei, então, se eles conheciam alguém que não tivesse nenhum objetivo. Nenhuma preocupação com o futuro, que não estivesse "nem aí" para o que vai acontecer. Tanto na turma da manhã quanto na da tarde, a resposta foi rápida: os mendigos. Eu insisti e perguntei se algum outro tipo de pessoas demonstra que o futuro não preocupa, que tanto faz o que fizer hoje, que tudo já está garantido. Respostas também rápidas: os ricos. Era onde eu queria chegar. Precisamos criar horizontes a perseguir, sonhos reais.

- O que você quer ser quando crescer?


Jogador de futebol, professora, médico... Sim, eles demonstraram interesse pela vida. Objetivos em curto prazo, como tirar uma nota boa na prova de português, ou passar de anos direto, são de fácil compreensão. Ir à casa da avó, passear com os pais, conhecer um lugar novo, seriam objetivos para as férias. Mas lembrei que é muito útil pensar que objetivos também existem em prazos mais longos e esta era a diferença dos que iam bem na escola. Se a imagem que o jovem tem é a de que "tudo está garantido", por que estudar? E eu queria acrescentar a esta lista uma meta necessária: querer ser um adulto sadio. Falei da importância de apreender a gostar de fazer esportes, atividades físicas, de se alimentar de forma a não "machucar" o corpo por dentro.

Sim, eles querem ser adultos sadios e sabem como alcançar isso. Saíram com alguns estímulos a mais e algumas notas melhores nas provas que estão chegando. Vamos ver!

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