Uma teoria simples e envolvente. Reserve um tempo e assista.
domingo, março 29, 2009
Lula, Minc e o plano de habitações
Questionado se as habitações a serem construídas no ousado Plano Nacional de Habitação teriam características sustentáveis, Carlos Minc -Ministro do Meio Ambiente- foi evasivo.
- As casas terão coletores solares para aquecimento de água para banho, ao invés de chuveiros elétricos?
- A maioria.
- As casas terão cisternas, para coleta de água de chuva?
- Sim, menos da metade.
- A madeira será certificada?
- Será madeira "legal".
Não consigo imaginar construções habitacionais populares construídas com dinheiro público utilizando chuveiros elétricos. Participei de um curso na Coelba (concessionária de energia elétrica na Bahia) em que a excelente professora afirmou, com superior sabedoria:
- Desconfie de tudo que só tem no Brasil. Menos da jabuticaba!
Ela se referia, sim, ao... Chuveiro elétrico! Criação típica para onde há energia barata, abundante e ecológica, como se pensou que seria a matriz energética do Brasil. Hidroelétricas custam, sim, muito para serem construídas e o represamento de água significa florestas inundadas, totalmente cobertas pela água! Vegetação em baixo d`água não troca oxigênio com a atmosfera, como fazia antes de estar submersa. Pior: ao apodrecer produz metano, um gás dezenas de vezes mais prejudicial do que o gás carbônico à camada de ozônio. Metano também ocupa local de destaque na lista dos gases que aceleram o efeito estufa e o aquecimento global.
Coletores solares captam a energia do sol e são usados em todo o mundo para reduzir a demanda por energia elétrica. Isto é importante para a sociedade porque permite reduzir, também, os investimentos nas usinas e nas redes de distribuição de energia. Há outra vantagem: ajudam a reduzir os efeitos causadores do aquecimento global. O chuveiro elétrico, ao invés do coletor solar, acabou se transformando em símbolo de status, talvez como o celular.
- Ora, agora que eu tenho minha casinha, cadê meu chuveiro elétrico?
Não importa se a conta de energia será muito mais alta. Ele precisa mostrar aos vizinhos que, agora, tem um chuveiro elétrico. Para diminuir o valor da conta, para ele, é mais fácil colocar uma garrafa pet de dois litros cheia de água sobre o relógio da concessionária. Verdade. Fique sabendo que isso é prática comum por esse brasilzão!...
O governo -no caso, o federal- pode acabar, então, não aproveitando a oportunidade de "popularizar" os conceitos de "casa sustentável". Para os usuários, isto significaria menos despesas de energia e água. Para a sociedade, vantagens ambientais.
Existe uma diferença entre madeira certificada e madeira legal. A certificada é fruto de uma "fazenda de madeira". O produtor aprovou seu "plano de manejo" e coleta madeira de forma a permitir o crescimento de outras árvores. Assim: se a árvore demora 15 meses para "amadurecer", ele pode dividir sua área em 15 lotes e a cada ano coletar madeira de um dos lotes. Neste lote, ele só vai mexer depois de 15 anos... Ou, marcar as árvores que, pela idade, já não estão trocando oxigênio e, ainda, estão prejudicando a insolação de árvores jovens. Aquelas estariam na hora do corte. Sim, estes projetos existem e permitem a "certificação" da madeira.
Já a "madeira legal" simplesmente é aquela que cumpre a legislação. Tem origem definida, seus produtores, transportadores e comerciantes recolhem impostos e o Ibama aprova tudo. É melhor do que aquela clandestina, que vemos, abismados, em imagens de programas de televisão flutuando às centenas em rios amazônicos. Mas, essa madeira legal é muito mais sujeita a fraudes e a corrupção. Todos sabemos que autorizações frias acabam usadas para acompanhar remessas de madeira.
Outra vez, o Plano de Habitação era a oportunidade do governo para criar "economia de escala" para produtos verdadeiramente sustentáveis. Incentivar o aumento da produção de coletores solares, madeira certificada, cisternas, bacias sanitárias de baixo consumo de água, por exemplo, iriam, sim, permitir que o preço desses produtos baixasse para todo mundo!
Isso, sim seria uma legítima "Política Pública"!
sábado, março 28, 2009
Casa sustentável: até quando será mais cara?
A notícia incomoda. Uma casa planejada para poupar o planeta custa 30% a mais. E o motivo é muito simples. Economia de escala somada à total ausência de incorporação dos custos ambientais nos materiais e processos construtivos tradicionais. Eu explico.
O que teria de diferente uma casa "ecológica"?
- Energia e água teriam seu consumo reduzido, com a mesma eficiência. Luz natural, equipamentos que gastam pouca energia, energia solar, ventilação e climatização natural, coleta de água de chuva, reúso de água, descargas sanitárias com baixo consumo de água...
- Materiais fabricados com baixo consumo de energia. Tijolos curados sem queima, madeira de reflorestamento, tintas naturais sem química, painéis divisórios e forros à base de materiais reciclados.
- Estilo, cores, materiais que respeitam a cultura local.
Pois é. Estas maravilhas custam mais caro do que os meios convencionais. Primeiro, porque a demanda ainda é pequena e empresas não se interessam em investir. Segundo, porque os "meios convencionais" não expressam seu custo real e competem de forma injusta com materiais e processos benéficos ao meio ambiente. Por exemplo: todos os materiais que, de alguma forma, incluem petróleo em sua fabricação, deveriam incluir em seu custo -e preço- o valor gasto pelos governos para construir aterros sanitários e tratar lixões devido ao acúmulo de plástico e outros produtos não reciclados. Os preços dos materiais que utilizam algum tipo de queima deveriam incluir o custo de hospitais e tratamento de doenças respiratórias. Materiais e processos de grande consumo energético deveriam compor seu preço considerando o custo de construção de usinas hidroelétricas e a emissão de carbono causada pela submersão de biomassa (vegetação, no caso).
Há muitos outros exemplos. O certo é que devemos buscar formas de incentivar a utilização maciça de materiais e processos benéficos ao meio ambiente e nada como utilizar a linguagem universal da economia para isso.
O custo ambiental deve, então, ser calculado e incorporado aos produtos. Os ecológicos serão mais competitivos, aumentará sua demanda, as indústrias se adaptarão e investirão e, pela economia de escala, ficarão mais... Baratos!
Apenas assim as casas sustentáveis serão mais acessíveis e atraentes à maioria da população!
O que teria de diferente uma casa "ecológica"?
- Energia e água teriam seu consumo reduzido, com a mesma eficiência. Luz natural, equipamentos que gastam pouca energia, energia solar, ventilação e climatização natural, coleta de água de chuva, reúso de água, descargas sanitárias com baixo consumo de água...
- Materiais fabricados com baixo consumo de energia. Tijolos curados sem queima, madeira de reflorestamento, tintas naturais sem química, painéis divisórios e forros à base de materiais reciclados.
- Estilo, cores, materiais que respeitam a cultura local.
Pois é. Estas maravilhas custam mais caro do que os meios convencionais. Primeiro, porque a demanda ainda é pequena e empresas não se interessam em investir. Segundo, porque os "meios convencionais" não expressam seu custo real e competem de forma injusta com materiais e processos benéficos ao meio ambiente. Por exemplo: todos os materiais que, de alguma forma, incluem petróleo em sua fabricação, deveriam incluir em seu custo -e preço- o valor gasto pelos governos para construir aterros sanitários e tratar lixões devido ao acúmulo de plástico e outros produtos não reciclados. Os preços dos materiais que utilizam algum tipo de queima deveriam incluir o custo de hospitais e tratamento de doenças respiratórias. Materiais e processos de grande consumo energético deveriam compor seu preço considerando o custo de construção de usinas hidroelétricas e a emissão de carbono causada pela submersão de biomassa (vegetação, no caso).
Há muitos outros exemplos. O certo é que devemos buscar formas de incentivar a utilização maciça de materiais e processos benéficos ao meio ambiente e nada como utilizar a linguagem universal da economia para isso.
O custo ambiental deve, então, ser calculado e incorporado aos produtos. Os ecológicos serão mais competitivos, aumentará sua demanda, as indústrias se adaptarão e investirão e, pela economia de escala, ficarão mais... Baratos!
Apenas assim as casas sustentáveis serão mais acessíveis e atraentes à maioria da população!
sexta-feira, março 27, 2009
quinta-feira, março 26, 2009
Você sabe por que respira?
Tenho incentivado meus alunos -e amigos- a explorar seus pulmões. Estes órgãos costumam ser pouco compreendidos por seus donos. Por isso mesmo, muito pouco valorizados e utilizados.
Você sabe por que respira?
Poucos sabem que o ar que exalamos contém gás carbônico que estava no sangue há poucos segundos. Da mesma forma, o oxigênio contido no ar que respiramos passa ao sangue nos chamados bronquíolos, "fim da linha" das ramificações que compõem nossos pulmões.
Este oxigênio vai ser usado numa rotina importantíssima para a vida: todos sabemos que oxigênio é fundamental para que exista queima e é isso que acontece dentro de todas as células. Os nutrientes que estão, também, circulando no sangue são levados para dentro da célula e... Queimados. Sim, queimados como qualquer outro combustível. E, aí, o oxigênio é o agente que permite essa queima.
É fácil concluir que, se o suprimento de oxigênio for limitado, a queima -de calorias, sim!- também será deficiente.
Portanto, respire! Respire fundo! Infle seu pulmão com vontade! Há bronquios e bronquíolos que pouco têm sido utilizados, quase atrofiados, murchos como bexigas vazias... Que desperdício de possibilidades de "injetar" oxigênio no sangue e ajudar suas células a trabalhar com mais eficiência e queimar mais e melhor suas calorias!
"Sometimes, all I need is the air that I breath and to love you..."
The Hollies (ouça em minha postagem de 20 de dezembro de 2008)
http://desacelere.blogspot.com/2008_12_20_archive.html
Hábitos, saúde e subconsciente
Joseph Murphy (interessante: outro Joseph...) também se referia ao subconsciente como a mente subjetiva. Haveria a mente objetiva, que raciocina, tem visão crítica e funciona como o "porteiro", deixando entrar os convidados. E a mente subjetiva, que obedece comandos e cria circunstâncias para que eles sejam cumpridos.
Ele lembra que é no subconsciente que mora o hábito.
Ora, nós sabemos que nossos hábitos são os principais fatores que influenciam nossa saúde, nossa disposição... Irritabilidade, excesso de comida, má alimentação, cigarro, sedentarismo... Hábitos, hábitos, hábitos... Criados ao longo de nossa existência. E que podem nos salvar ou... Nos derrubar!
Murphy apresenta, em "O Poder do Subconsciente", um método simples e, por minha própria experiência, eficaz. Conduzir o subconsciente (o lar dos hábitos, lembra?!) a criar terreno fértil para a saúde, o equilíbrio, a felicidade... Como? Com bons pensamentos, boas palavras, repetidas como um auto-hipnotismo, principalmente para neutralizar efeitos de palavras e pensamentos negativos, que, como um vício, teimamos em expressar. Assim: quando você, por exemplo, sem perceber, disser:
- Eu nunca vou conseguir emagrecer!
Imediatamente, respire fundo e diga (ou pense):
- Meu corpo está conhecendo uma nova realidade. Meu metabolismo trabalha a meu favor. A cada dia, minhas células estão mais ativas e queimam o excesso que eu vinha acumulando. Assim, ganho energia e motivação para a vida!
Você estará ganhando tranquilidade e oferecendo comandos positivos ao seu subconsciente, que aceitará e o ajudará, com todo seu poder.
Pense e... Experimente!
Depois conte-me o resultado...
Ah, o outro Joseph é o Pilates!
Ele lembra que é no subconsciente que mora o hábito.
Ora, nós sabemos que nossos hábitos são os principais fatores que influenciam nossa saúde, nossa disposição... Irritabilidade, excesso de comida, má alimentação, cigarro, sedentarismo... Hábitos, hábitos, hábitos... Criados ao longo de nossa existência. E que podem nos salvar ou... Nos derrubar!
Murphy apresenta, em "O Poder do Subconsciente", um método simples e, por minha própria experiência, eficaz. Conduzir o subconsciente (o lar dos hábitos, lembra?!) a criar terreno fértil para a saúde, o equilíbrio, a felicidade... Como? Com bons pensamentos, boas palavras, repetidas como um auto-hipnotismo, principalmente para neutralizar efeitos de palavras e pensamentos negativos, que, como um vício, teimamos em expressar. Assim: quando você, por exemplo, sem perceber, disser:
- Eu nunca vou conseguir emagrecer!
Imediatamente, respire fundo e diga (ou pense):
- Meu corpo está conhecendo uma nova realidade. Meu metabolismo trabalha a meu favor. A cada dia, minhas células estão mais ativas e queimam o excesso que eu vinha acumulando. Assim, ganho energia e motivação para a vida!
Você estará ganhando tranquilidade e oferecendo comandos positivos ao seu subconsciente, que aceitará e o ajudará, com todo seu poder.
Pense e... Experimente!
Depois conte-me o resultado...
Ah, o outro Joseph é o Pilates!
quarta-feira, março 25, 2009
Conversas com o subconsciente
Estive relendo uma das obras que, agora tenho certeza, mais influenciaram minha maneira de pensar. O Poder do Subconsciente, de Joseph Murphy, que desde a década de 1960 foi republicado dezenas de vezes.
Dentre outros exemplos, achei especialmente interessante Murphy comparar o consciente e o subconsciente com o comandante de um navio e sua equipe. Assim: a tripulação encarregada de acionar as máquinas obedece cegamente as instruções do comandante. Da mesma forma, o encarregado do timão mantém o rumo por ele determinado, sem questionar. Portanto, se o navio navega rumo a uma colisão com toda a força, a responsabilidade não é da tripulação e, sim, do comandante.
É uma forma de descrever sua teoria de que os comandos que nosso consciente (o comandante) envia ao subconsciente (a tripulação) são assimilados e assumidos como verdade e transformados em realidade pelas nossas ações, reações e comportamentos.
Os comandos podem ser palavras ou pensamentos:
- Eu tenho muito azar nos negócios!
- Eu nunca vou conseguir comprar uma casa para morar!
- Ninguém se interessa por mim!
Que, inevitavelmente, são "captados" pelo subconsciente. E ele, obediente, os transforma em ações, como a tripulação do navio. Todos os esforços são feitos para cumprir cada comando do consciente.
Murphy sugere que prestemos atenção às mensagens que enviamos a nosso subconsciente. Podemos escolher o que iremos colher ao selecionar as sementes. Quais são as sementes que você tem espalhado em seu subconsciente? Ops! Em seu jardim!
sábado, março 21, 2009
Diga ao povo que caminhe!
Diz a história que o povo, chamado por Moisés, aguardava pelo esperado milagre. Chegaram às margens do Mar Vermelho e interromperam sua caminhada. O obstáculo era imenso, desanimador, ameaçador. Moisés foi a Deus com a informação de que estavam agitados, aguardando o impossível.
- Diga ao povo que caminhe!
Alguns recuaram, outros sentaram-se descrédulos. Mas os que acreditaram, fizeram sua parte e, a passos firmes, dirigiram-se mar adentro.
A continuação, todos conhecem. O mar se abriu. O impossível aconteceu.
E Você? Quais são teus obstáculos? O que tem feito à frente deles? Tem esperado por soluções externas ou caminhado em direção a eles, de frente? Tem feito todo o possível?
Só podemos esperar o impossível se fizermos tudo que nos é possível.
Coloque teu pé nesse mar que te assusta. Acredita na solução! Não tenha medo de agir. Pior é ficar parado, inerte, com medo.
Baseado em palestra de Padre Fábio, na TV Canção Nova
- Diga ao povo que caminhe!
Alguns recuaram, outros sentaram-se descrédulos. Mas os que acreditaram, fizeram sua parte e, a passos firmes, dirigiram-se mar adentro.
A continuação, todos conhecem. O mar se abriu. O impossível aconteceu.
E Você? Quais são teus obstáculos? O que tem feito à frente deles? Tem esperado por soluções externas ou caminhado em direção a eles, de frente? Tem feito todo o possível?
Só podemos esperar o impossível se fizermos tudo que nos é possível.
Coloque teu pé nesse mar que te assusta. Acredita na solução! Não tenha medo de agir. Pior é ficar parado, inerte, com medo.
Baseado em palestra de Padre Fábio, na TV Canção Nova
sexta-feira, março 20, 2009
FALSAS MAGRAS
Com todo respeito, mas uma cheinha ativa é muito mais sadia do que uma magrinha sedentária...
E tenho encontrado muitas "magras sedentárias". Tiveram o privilégio de nascer com o metabolismo mais acelerado. Enquanto suas colegas mais "cheinhas" suavam nas esteiras, nos esportes, nas piscinas, elas sentiam-se atraentes simplesmente por serem... Magras.
Então, aos 30, 40 anos, percebem que o trem passou e elas ficaram de fora. Têm dificuldade para, simplemente, gostar de atividades físicas. São aparentemente magras, mas exibem incômodas gordurinhas no quadril, culote, abdomen... Seu sistema muscular é atrofiado. Ossos, ficaram frágeis. Dentre outras consequências, a pior: coração fraquinho... Nunca exercitou-se. As fibras cardíacas ficaram sem estrutura, sua energia é pequena.
Aí vem o sacrifício: iniciar um programa de exercícios. Cãibras, suor, fadiga muscular, calor, dores nas articulações... Enquanto o sofá, em casa, chama por elas. A geladeira. O controle remoto!
Adaptar a alimentação. Um drama!
- Mas eu não gosto de me alimentar pela manhã... só um cafezinho e um pão com manteiga.
Minha resposta é sempre a mesma, no mesmo tom:
- Se você está decidida, hoje será o dia da virada. Uma "nova você" está nascendo. Pode, até, ser parecida com a antiga, mas precisa de portas abertas para surgir e permitir avanços e, principalmente, felicidade! Criança é que só come o que gosta. Adulto precisa aprender a gostar do que deve comer. A virada precisa de espaço para acontecer, sem direcionamento. Não adianta uma mudança, se você tenta controlá-la. Espere que sua essência se manifeste e aceite-a, mesmo que tenha nuances que você nunca imaginou que veria em sua pele.
Ficam animadas. Sinto que ganham maior aderência ao programa de exercícios a que se propõem. Sinto que sentem-se mais seguras e confiantes para descobrir uma nova vida.
Estou acompanhando-as e vejo evidentes sinais de sucesso. Mas não vamos relaxar! A qualquer momento o chamado do sofá pode ameaçá-la novamente...
segunda-feira, março 16, 2009
FEMINISMO
Em minhas postagens de 12 de janeiro e 4 de março falei de situações em que a experiência, a trajetória de vida, o conhecimento, fazem a diferença e, até, podem incomodar outros.
A revista Cláudia deste mês faz homenagens à mulher. A reportagem mais interessante é uma grande bronca nas mulheres mais jovens ou as que não se informam devidamente sobre as verdadeiras conquistas femininas nos últimos 50 anos...
Lembro-me de meu grupo de trabalho na faculdade de arquitetura. Éramos 5. Eu e quatro moças. Nossa tarefa: elaborar uma "família" de cartazes sobre algum tema social. Escolhemos o "feminismo". E, assim, acabei descobrindo que eu era mais feminista do que cada uma de minhas quatro colegas!... Eu tinha 19 anos.
Confesso que fiquei satisfeito ao ver a chamada à consciência da reportagem da revista. Ela denuncia, na verdade, mulheres que, ao serem chamadas de feministas, torcem o nariz, como se estivessem sendo ofendidas.
- Feminista, não. Feminina!
Como se apenas mulheres feias, gordas, peludas, mal-amadas, solitárias pudessem ser feministas. É um total desconhecimento das trajetórias de personalidades que sofreram para que as mulheres, hoje pudessem, por exemplo:
- Almejar funções de comando e igualdade de remuneração em qualquer organização
- Escolher por ser mãe ou não, assumindo o controle sobre seu corpo
- Denunciar agressões e, não, ver diversos agressores declarados inocentes pela "defesa da honra".
A reportagem, claro, assume que ainda há muito a se conquistar, mas que atitudes de desprezo e repulsa aos movimentos que mudaram a vida das mulheres apenas dificultarão novos passos. Não se perde femililidade ao lutar por direitos constitucionais e plenamente justos.
Comparo com meus comentários a respeito de jovens ingênuos que acreditam estar 100% preparados para a vida profissional, ou a respeito das pessoas que, ajudadas, revoltam-se contra seus benfeitores. É semelhante. Mulheres que acreditam ser maiores do que a história, mulheres que imaginam que as coisas sempre foram como são, hoje. Mulheres que não se orgulham de fazer parte de um movimento que já se iniciou há décadas e querem, então, "mostrar que têm personalidade". Estas, sim, estão fora da linha da história.
Vale a pena ler a reportagem.
PROFISSÃO
Comentários de Tuiávii, chefe da tribo Tiavea, nos mares do sul, aos seus irmãos, quando regressou de sua viagem à Europa:
É difícil dizer o que é “profissão”, mas todo europeu tem uma. É uma coisa que se deve ter muita alegria ao fazer, mas raramente isso acontece. Ter uma profissão significa fazer sempre a mesma coisa, uma só coisa, e tantas vezes que se consegue fazê-la de olhos fechados e sem esforço algum. Se com minhas mãos outra coisa não faço além de construir cabanas ou tecer esteiras, construir cabanas ou tecer esteiras é minha “profissão”.
Lá na Europa existem pessoas que já não podem correr, pois criam muita gordura no ventre, como os porcos, porque têm que estar sempre parados, obrigados pela profissão. É raro ver um europeu que salte, que pule como criança, depois que fica adulto. Pelo contrário, quando anda, arrasta o corpo, como se alguma coisa travasse o seu movimento. Ele disfarça, nega esta fraqueza, dizendo que correr, pular, saltar não são decentes para um homem importante. Hipocrisia: é que seus ossos estão duros, sem movimento e seus músculos não têm mais animação porque a profissão o fez sonolento e morto. Ela lhe destrói a vida, insinua-lhe bonitas coisas, mas na realidade lhe chupa o sangue.
A profissão também prejudica o europeu de outra forma. Existe ódio ardente entre os homens que têm profissões diferentes. Todos estão sempre comparando as suas profissões, cheios de inveja e má vontade. Fala-se em profissões elevadas e baixas, embora todas sejam apenas atividades parciais. Por causa da profissão, o europeu vive confuso. É claro que não quer pensar nisso, mas ele nunca conseguiu nos fazer compreender porque havemos de trabalhar mais do que Deus exige para que possamos comer o necessário, cobrir a cabeça com um teto e nos divertirmos com as simples festas da aldeia. O europeu suspira quando fala no seu trabalho, como se uma carga o sufocasse. O Grande Espírito não quer certamente que fiquemos cinzentos por causa das profissões, nem que nos arrastemos feito as tartarugas e os pequenos animais rasteiros da lagoa. Ele deseja que continuemos felizes e firmes em tudo quanto fazemos; que não percamos a alegria dos nossos olhos e nem o contentamento com a simplicidade da vida.
Extraído do livro "O Papalagui", de Erich Scheurmann, escrito em 1920..
É difícil dizer o que é “profissão”, mas todo europeu tem uma. É uma coisa que se deve ter muita alegria ao fazer, mas raramente isso acontece. Ter uma profissão significa fazer sempre a mesma coisa, uma só coisa, e tantas vezes que se consegue fazê-la de olhos fechados e sem esforço algum. Se com minhas mãos outra coisa não faço além de construir cabanas ou tecer esteiras, construir cabanas ou tecer esteiras é minha “profissão”.
Lá na Europa existem pessoas que já não podem correr, pois criam muita gordura no ventre, como os porcos, porque têm que estar sempre parados, obrigados pela profissão. É raro ver um europeu que salte, que pule como criança, depois que fica adulto. Pelo contrário, quando anda, arrasta o corpo, como se alguma coisa travasse o seu movimento. Ele disfarça, nega esta fraqueza, dizendo que correr, pular, saltar não são decentes para um homem importante. Hipocrisia: é que seus ossos estão duros, sem movimento e seus músculos não têm mais animação porque a profissão o fez sonolento e morto. Ela lhe destrói a vida, insinua-lhe bonitas coisas, mas na realidade lhe chupa o sangue.
A profissão também prejudica o europeu de outra forma. Existe ódio ardente entre os homens que têm profissões diferentes. Todos estão sempre comparando as suas profissões, cheios de inveja e má vontade. Fala-se em profissões elevadas e baixas, embora todas sejam apenas atividades parciais. Por causa da profissão, o europeu vive confuso. É claro que não quer pensar nisso, mas ele nunca conseguiu nos fazer compreender porque havemos de trabalhar mais do que Deus exige para que possamos comer o necessário, cobrir a cabeça com um teto e nos divertirmos com as simples festas da aldeia. O europeu suspira quando fala no seu trabalho, como se uma carga o sufocasse. O Grande Espírito não quer certamente que fiquemos cinzentos por causa das profissões, nem que nos arrastemos feito as tartarugas e os pequenos animais rasteiros da lagoa. Ele deseja que continuemos felizes e firmes em tudo quanto fazemos; que não percamos a alegria dos nossos olhos e nem o contentamento com a simplicidade da vida.
Extraído do livro "O Papalagui", de Erich Scheurmann, escrito em 1920..
terça-feira, março 10, 2009
Tonus Aventura 1
Uma grande evento. Com direito a escolta da Polícia Rodoviária e carro de apoio, mais de 30 amigos, alunos e professores da Tonus foram pedalando desde a Praça São João, no Pontal, ao Batuba Beach, em Olivença! Manhã de 8 de março, dia internacional da mulher.
Lá, uma aula de alongamento e outra de Swing Brasil. Muita animação, suor e sorriso no rosto!
- Precisamos fazer isso outras vezes!
- Que delícia! Que turma legal!
As inscrições foram alimentos e material de limpeza, doados à Creche Bom Pastor. Responsabilidade Socioambiental.
Não é simples?!
quarta-feira, março 04, 2009
Será que eu já fui assim?
Parece que as situações vêm em bloco. Ou talvez eu é que veja as semelhanças entre elas. Personagens, locais, motivos sem nenhuma sintonia acabam assumindo pontos de encontro que permitem esta reflexão.
Criador e criatura. Professor e aluno. Provedor e provido.
Pense em ajudar alguém. Sim, ajudar de qualquer forma. Empreste seu ombro, ou seu dinheiro. Ou, ainda, ensine caminhos que você já percorreu. Acolha. Compartilhe seu teto. Seu conhecimento, sua experiência. Tenha paciência. Muita paciência. Estimule, não o deixe desistir, alegre-o nas dificuldades. Ouça suas lamentações, dê alguns conselhos, faça-o refletir, busque respostas. Ofereça sua força, sua energia, sua influência, seus amigos, sua família.
Pronto? É bem possível que você tenha conquistado, na verdade, um "inimigo".
Explico. É raro alguém que tenha equilibrio, desprendimento e discernimento suficiente para domar seu orgulho e aceitar pacificamente uma situação que, a ele, seja profundamente humilhante. Não se trata de, simplesmente, atribuir à inveja um eventual mau sentimento. Uma pessoa que, por qualquer motivo, em algum momento, tenha precisado de ajuda, corre o risco de sentir-se diminuída e, com isso, iniciar um processo interno de justificar uma "revolta" contra quem causou aquele sentimento. No caso, você. Você que o ajudou e o conheceu "no fundo do poço". Viu com imenso realismo suas fraquezas, do alto do que ele imagina ser um pedestal.
A força que você ofereceu é uma ameaça. O ser humano, envergonhado, pode reagir agressivamente. E acredita que tem razões para isso. Ele construiu mecanismos para aliviar seu sentimento de inferioridade e voltar-se contra seu benfeitor.
É sempre assim? Não, mas depende, na minha opinião, de discernimento. E isto é, como já disse, raro. E, incrível, isso não impede meu instinto de ajudar, mas vejo com clareza o que acabo de descrever. Uma das leis de Deepak Chopra diz que devemos ser "um rio e não uma represa", ou seja, não segurar, estocar, mas ser um canal de distribuição de sorrisos, dinheiro, alegria... E assim eu faço. E vejo, com certa resignação, alguns "rebeldes" valorizando minha trajetória ao assumir uma atitude ingênua de "pequenos confrontos".
Obrigado. Estou lisongeado.
Criador e criatura. Professor e aluno. Provedor e provido.
Pense em ajudar alguém. Sim, ajudar de qualquer forma. Empreste seu ombro, ou seu dinheiro. Ou, ainda, ensine caminhos que você já percorreu. Acolha. Compartilhe seu teto. Seu conhecimento, sua experiência. Tenha paciência. Muita paciência. Estimule, não o deixe desistir, alegre-o nas dificuldades. Ouça suas lamentações, dê alguns conselhos, faça-o refletir, busque respostas. Ofereça sua força, sua energia, sua influência, seus amigos, sua família.
Pronto? É bem possível que você tenha conquistado, na verdade, um "inimigo".
Explico. É raro alguém que tenha equilibrio, desprendimento e discernimento suficiente para domar seu orgulho e aceitar pacificamente uma situação que, a ele, seja profundamente humilhante. Não se trata de, simplesmente, atribuir à inveja um eventual mau sentimento. Uma pessoa que, por qualquer motivo, em algum momento, tenha precisado de ajuda, corre o risco de sentir-se diminuída e, com isso, iniciar um processo interno de justificar uma "revolta" contra quem causou aquele sentimento. No caso, você. Você que o ajudou e o conheceu "no fundo do poço". Viu com imenso realismo suas fraquezas, do alto do que ele imagina ser um pedestal.
A força que você ofereceu é uma ameaça. O ser humano, envergonhado, pode reagir agressivamente. E acredita que tem razões para isso. Ele construiu mecanismos para aliviar seu sentimento de inferioridade e voltar-se contra seu benfeitor.
É sempre assim? Não, mas depende, na minha opinião, de discernimento. E isto é, como já disse, raro. E, incrível, isso não impede meu instinto de ajudar, mas vejo com clareza o que acabo de descrever. Uma das leis de Deepak Chopra diz que devemos ser "um rio e não uma represa", ou seja, não segurar, estocar, mas ser um canal de distribuição de sorrisos, dinheiro, alegria... E assim eu faço. E vejo, com certa resignação, alguns "rebeldes" valorizando minha trajetória ao assumir uma atitude ingênua de "pequenos confrontos".
Obrigado. Estou lisongeado.
terça-feira, março 03, 2009
"Tropa de Elite" e a realidade à mostra
Eu sei, já saiu de cartaz há muito tempo e todos já viram até duas versões em DVD...
Mas eu tinha a sensação de que eu gostaria do filme e, pela primeira vez, assisti de ponta a ponta. E, realmente, adorei. Sim, há violência, sangue, imagens fortes. "A Paixão de Cristo" e "Gladiador" também. E, para mim, nestes, as cenas são ainda mais fortes. No caso do "Tropa", a gente vai ficando satisfeito pela forma altamente coerente e realista que o roteiro acontece. É como se a gente dissesse:
- Que bom que alguém viu e traduziu a realidade em um filme.
Agora, as pessoas podem debater, refletir, discordar ou concordar, mas a partir de cenas absolutamente realistas.
Como no mundo selvagem dos negócios, o consumidor pode ser manipulado, mas é, na verdade, o grande financiador das organizações. Inclusive as que produzem e vendem maus produtos. Sem consumidor, não há negócio.
No filme, povo é povo. A classe de faculdade é uma verdadeira classe de faculdade, a forma de debate, de "censura", de "corporativismo estudantil", é verdadeira. O professor parece verdadeiro!...
Não se propõe a apontar soluções. Convida à reflexão, sim, mas brilha pela iniciativa de abrir as janelas e as portas de uma estrutura misteriosa e ameaçadora. Terá solução? Para o filme, não importa. É como pesquisa pura: vocês que se virem para continuar a partir do que eu fiz!
segunda-feira, março 02, 2009
Em plena desaceleração!
Sim, rompemos essa barreira. Muita reflexão, muitos planos.
A escolha de caminhos, conforme vimos em uma das leis de Deepak Chopra (já publicadas aqui no Desacelere) reflete pelo resto da vida. "Somos resultado das escolhas que fizemos no passado".
A escolha de caminhos, conforme vimos em uma das leis de Deepak Chopra (já publicadas aqui no Desacelere) reflete pelo resto da vida. "Somos resultado das escolhas que fizemos no passado".
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