Parece que as situações vêm em bloco. Ou talvez eu é que veja as semelhanças entre elas. Personagens, locais, motivos sem nenhuma sintonia acabam assumindo pontos de encontro que permitem esta reflexão.
Criador e criatura. Professor e aluno. Provedor e provido.
Pense em ajudar alguém. Sim, ajudar de qualquer forma. Empreste seu ombro, ou seu dinheiro. Ou, ainda, ensine caminhos que você já percorreu. Acolha. Compartilhe seu teto. Seu conhecimento, sua experiência. Tenha paciência. Muita paciência. Estimule, não o deixe desistir, alegre-o nas dificuldades. Ouça suas lamentações, dê alguns conselhos, faça-o refletir, busque respostas. Ofereça sua força, sua energia, sua influência, seus amigos, sua família.
Pronto? É bem possível que você tenha conquistado, na verdade, um "inimigo".
Explico. É raro alguém que tenha equilibrio, desprendimento e discernimento suficiente para domar seu orgulho e aceitar pacificamente uma situação que, a ele, seja profundamente humilhante. Não se trata de, simplesmente, atribuir à inveja um eventual mau sentimento. Uma pessoa que, por qualquer motivo, em algum momento, tenha precisado de ajuda, corre o risco de sentir-se diminuída e, com isso, iniciar um processo interno de justificar uma "revolta" contra quem causou aquele sentimento. No caso, você. Você que o ajudou e o conheceu "no fundo do poço". Viu com imenso realismo suas fraquezas, do alto do que ele imagina ser um pedestal.
A força que você ofereceu é uma ameaça. O ser humano, envergonhado, pode reagir agressivamente. E acredita que tem razões para isso. Ele construiu mecanismos para aliviar seu sentimento de inferioridade e voltar-se contra seu benfeitor.
É sempre assim? Não, mas depende, na minha opinião, de discernimento. E isto é, como já disse, raro. E, incrível, isso não impede meu instinto de ajudar, mas vejo com clareza o que acabo de descrever. Uma das leis de Deepak Chopra diz que devemos ser "um rio e não uma represa", ou seja, não segurar, estocar, mas ser um canal de distribuição de sorrisos, dinheiro, alegria... E assim eu faço. E vejo, com certa resignação, alguns "rebeldes" valorizando minha trajetória ao assumir uma atitude ingênua de "pequenos confrontos".
Obrigado. Estou lisongeado.
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