sexta-feira, agosto 27, 2010

Rebeldes

Tenho deparadao com maior frequência com pessoas que costumo classificar como "rebeldes". Sim, o mundo precisa deles. A mesmice é evitada, a evolução acontece, os maus costumes são afastados, a acomodação dos outros se evidencia...

É fácil identificá-los. A aparência sempre é delicadamente desleixada. Não aderem a modismos. Aliás, combatem-nos. Procuram ser tudo menos fúteis. Ou, pelo menos, parecer alguém que não tenha conteúdo.

Outra característica: são contestadores sutis. Não fazem passeatas, ou severas demonstrações de insatisfação, pois isso é para as massas e eles não fazem parte de massas. Sorriem com ironia -ironia é uma grande companheira deles- e com apenas uma frase derrubam ideias conservadoras.

Minha observação tem um sentido. O reflexo que este "jeito de ser" provoca na postura corporal, na saúde e no estado emocional, ao longo do tempo, pode ser terrível...

Enquanto adolescentes e jovens recentes, este grupo faz sucesso e ajuda a humanidade a prosseguir. Demonstram que existe vida longe da massacrante unidade das tribos organizando uma tribo "anti-tribos". Sim, há contradições, mas eles não ligam. São rebeldes...

Na idade adulta, por volta dos 30 anos, vêm filhos, casamento, profissão, trabalho, responsabilidades e dores, muitas dores...

Eles não fizeram exercícios nem controle alimentar, coisas de quem "adere ao sistema". Nunca andaram eretos e com uma postura -coluna vertebral, ombros, escápulas, cervical- em simetria, alinhada. Cuidar da saúde parecia ser algo da moda, pois nas academias pululavam meninas e meninos clonados, fortinhos, sarados, cabelos e unhas produzidos em uma indústria única, em série. Eles davam de ombros e passavam à distância. Não estavam errados, a futilidade sempre foi, sim, algo a ser combatido.

Minha percepção, então, refere-se ao impacto que isto causou. Na época da janela de oportunidade, por exemplo, para descobrir o prazer com atividades físicas, estavam distantes, ocupados criticando o "sistema". A questão é que não se vive sem exercícios regulares. O resultado é trágico.

Meus "observados" estão com uma postura péssima, acumulando gordura -nas artérias, além dos quadris-, assumindo emoções depressivas -carência de serotonina- e portando hérnias discais e muitas dores.

A virada é necessária, sem perder a rebeldia jamais.

Há modalidades que atendem esse grupo. Pilates, Tai Chi, natação, têm atraído indivíduos desta espécie. Mas é inevitável que compreendam que a rebeldia tem lugar no mundo, mas pode se voltar contra o rebelde. Seu corpo é sua arma de ação contra o que te ameaça e é bom que esteja sadio e de prontidão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário