domingo, junho 27, 2010

A cor da felicidade

O que foi feito das crianças
que agora há pouco aqui brincavam?
E sacudiam seus olhos por todos os pontos,
todas as vírgulas,
todas as rimas
dessa poesia espontânea
que deslizava pelo escorregador do play-ground
e deixava sua marca naquela praia imensa
que, sem oceanos, era apenas uma caixa de areia.

Artistas por natureza, sem o saber,
são a própria lição de viver,
quando mergulham mais fundo na sua própria imaginação,
transformando alguns rabiscos na mais pura emoção.

O que foi feito da ausência de malícia?
Daquele brilho gostoso dos olhos;
da ignorância do que vem a ser polícia
naqueles momentos em que seus corpinhos
se debruçam sobre a virgindade inocente de suas próprias vidas,
que, sem preconceitos, estão contidas
no leito de uma folha de papel,
assumindo as cores de um lápis-de-cor,
as cores de um lápis-sem-cor ou
as cores de um lápis-sem-lápis.


O que foi feito da bola de gude?
Daquele mundinho que, como o pião,
rodava na cabeça daqueles "pequenos",
pintado com as oito cores de um novo arco-íris,
porque, com certeza, eles haveriam de inventar uma nova cor
para colorir a felicidade.

O que foi feito dos pincéis daquelas crianças,
que pintavam o mundo de sua lembrança
e mostravam a esperança de um sonho maior?
Ou sonho real: a eterna infância,
a sobrevivência do humor infantil
ante a infalível maturidade que, sem idade,
saberá fazer rodar o pião
sobre a nova responsabilidade de assistir às novas crianças
colorindo suas vidas num papel,
jogando seus sonhos numa bola de gude,
e construindo sua própria verdade numa cidade imensa
que é apenas seu castelo de areia,
conseguindo sacudir um pouquinho mais
a criança que existe
e persiste
dentro de todos nós.

sábado, junho 26, 2010

Cobertura vegetal


Há pouco tempo idealizei uma marquise coberta de grama e plantas que formariam uma "cortina" vegetal. O projeto deve ser levado adiante ainda em 2010 numa obra de uso coletivo e público em Ilhéus.

Recebi esta foto maravilhosa da Escola de Arte, Design e Comunicação da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura. A construção apresenta uma cobertura vegetal e sua forma orgânica se mistura com a natureza onde está inserida. Os telhados revestidos de grama servem como ponto de encontro informal, além de ajudar no equilíbrio térmico do edifício e na absorção da água da chuva.

Se tudo correr bem, teremos algo semelhante, em escala bem menor, mas igualmente ecológico, moderno e agradável.

quinta-feira, junho 24, 2010

Código Florestal


Só para reflexão. Há um movimento para "atenuar" o Código Florestal, que foi uma das grandes conquistas dos que acreditam que há espaço suficiente para agricultura no Brasil sem precisar avançar sobre florestas, margens de rios, mangues, encostas e topos de morros...

Será que precisa mudar, mesmo?!!

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Art. 2º do Código Florestal

Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:
1 - de 30 metros para os cursos d'água de menos de 10 metros de largura;
2 - de 50 metros para os cursos d'água que tenham de 10 a 50 metros de largura;
3 - de 100 metros para os cursos d'água que tenham de 50 a 200 metros de largura;
4 - de 200 metros para os cursos d'água que tenham de 200 a 600 metros de largura;
5 - de 500 metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 metros.
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m (cinqüenta metros) de largura;
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45 , equivalente a 100% na linha de maior declive;
f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m (cem metros) em projeções horizontais;
h) em altitude superior a 1.800 m (mil e oitocentos metros), qualquer que seja a vegetação.


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sexta-feira, junho 18, 2010

Acordou triste e não sabe por quê?


Calma, isso não é um sinal cósmico de que algo ruim vai acontecer. Quer dizer, a não ser que você realmente acredite que momentos de sentimentos de tristeza (ou melancolia, ou depressão...) precedam tragédias. Acredite. É suficiente para que "coisas" aconteçam. Você produz maus momentos a partir de acreditar que eles acontecerão.

Aquela sensação de "mau presságio" é uma combinação de microestímulos captados por seu subconsciente. Você recorda seus sonhos da noite passada? São estímulos. Uma falsa realidade que influencia a verdadeira. O dia está numa temperatura, numa claridade, num certo nível de ruído, com um aroma específico, numa certa época do ano que, em conjunto, como num incrível e lotérico quebracabeças, produz uma reação sensorial única. Aquela combinação encaixa perfeitamente com outro certo dia de sua vida. Algo realmente ruim aconteceu ali. Uma queda, uma rejeição, uma decepção, não importa em que idade, o entorno formou-se de forma muito semelhante. Bingo! Pintou uma tristeza...

Uma armadilha. E a sensação acaba por produzir acontecimentos verdadeiros, como dizia Murphy, o legislador do acaso.

- Está vendo?!! Eu sabia que algo ruim iria acontecer!!!

Você simplesmente fabricou o "algo ruim" por acreditar que ele chegaria. E você acreditou por desconhecer o mecanismo detonador. Calma. Apenas viva suas emoções. Não precisa dar significado a tudo. Haja memória! Chore, que passa. Respire fundo, admire sua capacidade de sentir. Mesmo sensações desagradáveis. Elas são necessárias para preparar seu coração. Tudo passa.

A não ser que você acredite que não passará.

quarta-feira, junho 16, 2010

Flexibilidade


Não, não vou falar sobre alongamento, sobre exercícios. Estou falando de "rigidez" nas atitudes. Do quanto sofremos se nos estabelecemos numa estrutura definida e a ela nos apegamos.

O mundo é imprevisível. A realidade é, sempre, soberana. E essa é a magia da vida.

Os que esperam controlar os acontecimentos estão destinados a grandes frustrações, doenças, fracassos. Os que se adaptam, preparam-se para os imprevistos, desenvolvem capacidade de improvisação, ao contrário, são os que vivem felizes e obtêm sucesso.

O quanto você aceita os acontecimentos? Aceitar os acontecimentos não é uma atitude submissa e inferior. É, na verdade, o ponto de partida para o Grande Plano de Ação de sua vida. É aceitar que suas atitudes ajudam a levá-lo adiante, mas fracassos fazem parte do aprendizado e é ali que mais se aprende.

É feliz, então, aquele que se curva mas não quebra. O flexível.

Basta ver como ficam os doentes ou, desculpe, os mortos. Duros ou rígidos. Inanimados ou infelizes... A sua capacidade de viver, produzir, realizar, depende, então, do quanto você se prepara para as encruzilhadas da vida, e sem o desgaste de sentir-se "traído" pela realidade.

Problemas, obstáculos, dificuldades? Se esta é a realidade, aceite-a e planeje caminhos alternativos. Eles sempre existem. Se a fase é boa, curta-a e esteja preparado para as necessárias alternâncias.

Bambus são cultuados no oriente como símbolos de sabedoria e vitalidade. De grande utilidade, curvam-se e não se quebram.

Em tempo: sim, há relação com exercícios de alongamento... Músculos e articulações de pessoas que se alongam são mais sadios e muito menos propensos a lesões!

sábado, junho 12, 2010

Plano ou planejamento?



Em pesquisa com 50 empresas descobriu-se que as que passaram por um processo de planejamento antes de iniciarem atividades foram as que obtiveram maior sucesso.

A princípio, esta constatação pode parecer óbvia, mas é muito comum empresas iniciarem empreitadas arriscadas sem o menor plano e sem qualquer planejamento. Apenas confiam na habilidade e no feeling do empresário e de sua equipe. O mesmo acontece com pessoas. Iniciam atividades sem saber onde querem chegar...

Mas a novidade está no fato de que nenhuma daquelas empresas que tinham conseguido sobreviver e gerar lucro tinha sequer consultado seus planos. O resultado do processo de planejamento -os planos- tinha ficado guardado, mas como um "bom fantasma", protegido as organizações ao longo dos anos.

Ou seja: o importante foi passar pelo processo de planejamento, pensar nos possíveis obstáculos, nos recursos disponíveis e, principalmente, estabelecer metas. O plano, em si, perdera valor, pois a realidade é muito ágil. Ao planejar, prepararam-se para enfrentar surpresas e a improvisar.

"Quando o inimigo chega, não há plano que resista."

terça-feira, junho 08, 2010

Homenagem à bailarina


A Escola de Dança Tonus conquistou nada menos que 9 troféus, no Festival Ballace, em Camaçari, no último fim-de-semana. É o segundo mais importante evento de dança no país e o resultado é, sim, extraordinário!

É muito feliz e com muito orgulho que faço, aqui, esta homenagem! Juliana Gomes: solista, na foto, foi a número um!

Veja os prêmios:
1º lugar - Juliana Gomes, solista do ballet avançado

2º lugar - Duo contemporâneo avançado (como não teve nota mais alta, o sabor é de 1º!!!)

2º lugar - Trio dança popular avançado (como não teve nota mais alta, o sabor é de 1º!!!)

2º lugar - solo contemporâneo avançado

3º lugar - Trio clássico avançado

3º lugar - Trio contemporâneo avançado

3º lugar - Jazz Avançado

3º lugar - Dança Popular avançado

3º lugar - Duo clássico avançado

Pilates

Um dia todos perceberão há novas formas de se movimentar...


domingo, junho 06, 2010

Desistir antes de tentar?!

Quantas vezes você acha que as pessoas tentam alcançar uma nova meta antes de desistirem? Especialistas afirmam que a média não chega a uma tentativa.

Obstáculos, dificuldades, problemas logo aparecem quando alguém resolve fazer algo que nunca fez. Pessoas de sucesso fracassam com muito mais frequência do que as outras. As que não alcançam o sucesso experimentam algumas poucas coisas -quando experimentam- e facilmente desistem, para retornar à "segurança" do que estavam fazendo antes.

"O fracasso é apenas uma oportunidade de começar de novo de maneira mais inteligente" (Henry Ford)