quarta-feira, novembro 02, 2011

Superpopulação...

Acabo de receber uma mensagem de reflexão polêmica sobre o momento "7 bilhões" da humanidade. Discordo.

"As Nações Unidas chamam a atenção para o 'perigo da superpopulação mundial e a conseqüente falta de recursos', como se o grande mal do ser humano fosse sua capacidade de se reproduzir."

"Desde quando excesso de gente é a causa da degradação ambiental? Do sub-desenvolvimento econômico? Da instabilidade política? Os 20% mais ricos do mundo se apropriam de 82,7% da renda, enquanto os dois terços mais pobres ficam com apenas 6%. Então será que há pobres demais, ou será que há ambição demais no mundo? O que significa excesso de gente, afinal? Você realmente acredita que menos bebês significariam justiça social?"

Em várias situações realizei dinâmicas coletivas para abrir a discussão sobre "o que é, efetivamente, um problema". A ideia é provocar o pensamento sobre os verdadeiros problemas por trás daquilo que consideramos "o problema", ou seja, será que o que consideramos um problema -na vida, na empresa, na família...- não é a "ponta do iceberg" e que a resolução definitiva depende de tomar consciência de todo o corpo escondido, dos probleminhas e problemões causadores daquilo que, finalmente, conseguimos observar?

A primeira pergunta, naqueles encontros, era: "Qual é o maior problema do planeta?". Polêmica na mesa, o debate variava dos "práticos" aos "filosóficos", da pobreza à degradação moral, da corrupção à falta de espiritualidade... E não foi incomum a conclusão de que a disputa por espaço e recursos (alimentos e água, principalmente), e as intolerâncias religiosa, étnica, de gênero, de opção sexual, de filosofia política e outras, teriam origem na imensa aceleração do crescimento demográfico.

Os avanços da ciência (medicina, alimentação, prevenção...) permitem vidas mais longas e menos perdas de habitantes do planeta. Resultado? Mais gente. Muito mais gente. Ao todo, 7 bilhões!

Sim, ao invés de educar para ter menos filhos, que tal proporcionar saúde e qualidade de vida a todos, de forma que cada um possa decidir quantos filhos ter, e criá-los dignamente? A ideia parece simples e respeitosa, repleta de boas intenções e valoriza direitos humanos. Mas peca pela falta de realidade. Não temos tanto controle sobre os fatos quanto poderíamos pensar. A expansão populacional acontece desenfreadamente e, queiramos ou não, é ainda maior nas regiões mais pobres e despreparadas para lidar com os problemas por ela causados. Resultado? A proporção entre “pobres” e “ricos” aumenta e cria-se uma bomba relógio, representada tanto nos conflitos cotidianos urbanos e rurais, quanto nos grandes eventos bélicos da atualidade.

Não precisamos de um novo holocausto, evidentemente. Mas a ciência, tão evoluída, precisa de uma fórmula –respeitosa e natural- para conter, com urgência, a explosão demográfica.

Um comentário:

  1. Eu ainda acho que temos muito espaço nesta terra. O que falta é Educação-para que cada um tenha condições de vida melhor. Claro, para que isso seja acelerado é importante a participação de toda a sociedade (conscientização, fraternidade na partilha,etc..) abçs

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