Correio Brasiliense, 08-03-2010, coluna de Denise Rothenburg
"Na homenagem às ambientalistas, feita pelo Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva sequer é citada
(...) Quando se fala em mulher e defesa do Meio Ambiente, qual é um dos primeiros nomes que vem à sua mente, caro leitor? Na minha, com todo o respeito às demais ambientalistas e sem qualquer conotação eleitoral, é o da senadora Marina Silva, que saiu do PT no passado e se filiou ao PV.
Assim como Dilma, Marina é pré-candidata a presidente da República. Talvez por isso, esteja fora da homenagem e do debate organizado dentro do ministério que ocupou e pelo qual lutou e ajudou a fortalecer. Ela saiu de lá em maio de 2008 justamente por causa de uma trombada com a ministra da Casa Civil, que queria pressa nas obras de infraestrutura e jogava no Ministério do Ambiente a culpa por atrasos de cronograma.
A solenidade do ministério, organizada pela secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, colocará os holofotes sobre quatro mulheres que vão comandar o debate “A contribuição das mulheres brasileiras ao ambientalismo brasileiro”. Como mediadora, a secretária-executiva do ministério, Izabella Texeira. À mesa, estarão Bertha Becker, Tereza Urban e Isabel Cristina Moura de Carvalho, todas relacionadas com a causa. As homenageadas terão suas biografias resumidas em marcadores de páginas que o ministério lança amanhã. Além da geógrafa Bertha Becker e de Magda Renner, pioneira na defesa do meio ambiente no Brasil, haverá uma homenagem póstuma a irmã Dorothy Stang e a Judith Cortesão.
Na homenagem às ambientalistas, feita pelo Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva sequer é citada. É como se o PT quisesse sumir com a biografia daqueles que deixaram seus quadros. Nos bastidores, ela é vista como a “ameaça verde”. A homenagem de hoje, do Ministério, passou inclusive a alguns políticos a impressão de que o objetivo é mesmo levantar outras mulheres e colocar Marina no fundo do palco do ambientalismo nacional.(...)"
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Ao ser questionada, Marina Silva declarou:
"As mulheres têm uma facilidade muito grande de fazer processos mais abertos, mais democráticos. Apostam mais no consenso do que na disputa, têm mais facilidade de dividir a autoria das coisas, o reconhecimento, a realização. E isso quando é transferido para dentro das empresas, dos sindicatos, das associações, do poder público, tem uma força transformadora enorme."
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