Recebi há alguns dias um texto que falava de um médico. Ele, além de atender seus pacientes, cuidava de uma pequena, porém frondosa, floresta. Ele pessoalmente cuidava de levar água a cada uma das árvores. Certo dia alguém lhe perguntou:
- Se a água é abundante em sua propriedade, qual é a razão de não molhar bastante o solo onde estão estas árvores?
Ele explicou, com sabedoria, que quando molhava em excesso a base das plantas, a princípio elas agradeciam, crescendo e mostrando um grande número de brotos verdes sobre seus galhos. Mas o problema viria pouco mais tarde. As raízes, cuja principal função é enfiar-se no solo à busca de água, resultavam superficiais. Elas "aprendiam" que sem esforço teriam toda a água que precisavam. Resultado: árvores instáveis, sem estrutura e vulneráveis à ação do vento. Muitas caíram, outras quebraram.
Por outro lado, caso conseguisse a dosagem correta de água, aquela que deixava as raízes, ainda, com sede, forçava-as a buscar hidratação complementar nas profundezas do solo. Com isso, nenhuma sofreu abalos significativos. Todas cresceram sadias e fortes.
Com as pessoas, acontece fenômeno semelhante. Pais que passaram por dificuldades quando crianças procuram prover seus filhos de todo o conforto e afastam-nos, artificialmente, das dificuldades. Com esta atitude, criam "raízes razas", ou uma base frágil. Não se trata de fabricar ou criar problemas para "fortalecer" os jovens, mas, sim, deixar que enfrentem, por si próprios, as inevitáveis dificuldades da vida. E, com isso, criar referências para continuar enfrentando -e resolvendo- problemas pela vida.
Ou você não se sente mais forte ao lembrar de fases difíceis da sua vida e de como as viveu, enfrentou e criou soluções? Como você ajuda seus filhos ou as pessoas à sua volta a aprofundarem suas raízes?
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