segunda-feira, junho 22, 2009
Emoção, repressão e doenças...
Em "Quem ama não adoece", Dr. Marco Aurélio Dias da Silva nos faz refletir sobre a origem das doenças. Na 40a. edição, e, agora, revista, o livro apresenta bases científicas para demonstrar a teoria contida em seu título.
Ao referir-se ao estresse, descreve-o como uma situação natural de desequilíbrio. Momentos -inúmeros, a cada dia- em que saímos da homeostase (como se descreve o equilíbrio total) e somos afetados por elementos externos ou internos. Da reação ao barulho intenso à sensação de desamparo, tudo que nos afasta do "equilíbrio" causaria estresse.
"Emoção" é definida em psiquiatria como o "sentir" e a "expressão" deste sentimento. Para o autor, o desencadear dos processos emocionais aproxima-se do conceito e do mecanismo do estresse. Emoções básicas, como medo, ira ou amor, seriam, então, compreendidas por nosso organismo, como algo anormal, um desequilíbrio. Estresse.
O corpo reage ao estresse. Agita-se, prepara-se para uma descarga energética e química. Envolve, portanto, o Sistema Nervoso e o sistema endócrino (as glândulas).
Dr. Marco Aurélio conclui que se esta preparação (a descarga "endócrina") não desaguar naturalmente na movimentação dos músculos sobre os quais exercemos controle (voluntários) acabará sendo descarregada naqueles de movimentação involuntária, como os que comandam a ação do estômago, intestino, coração e vasos sanguíneos.
Eu comparo com a preparação dos homens das cavernas perante a ameaça real e pressentida de ser atacado por um grande animal. Respiração acelerada, pois os músculos precisarão de oxigênio para correr ou atacar. Da mesma forma, o coração acelera para poder levar mais rapidamente os nutrientes e o oxigênio às células musculares. Músculos tesam-se para agir mais rapidamente. Ao encontrar a ameaça, reagem, efetivamente. Correm, lutam, escalam, gritam... E há o deságue natural da adrenalina e demais substâncias injetadas no sangue pelas glândulas. É a busca constante do equilíbrio...
Esta maneira de observar o estresse combina com a visão de que exercícios físicos são necessários para reduzir -ou eliminar- seus efeitos.
Dentre outras conclusões, o autor nos lembra da importância de refletir sobre a repressão das emoções. Para ele, e de forma clara e intensa, tal repressão é extremamente maléfica ao organismo e deve ser evitada "a todo custo". Reprimir emoções teria o efeito de represar substâncias ativadoras e, pior, permitir que atuem sobre partes frágeis do corpo, partes sobre as quais não temos controle e que comandam nosso equilíbrio: coração, estômago... Resultado? Doenças.
Por fim -neste assunto específico- reforça a idéia que "não reprimir emoções" não significa esbravejar, "explodir", simplesmente. Dá um excelente exemplo. Três pessoas em um barco que, pelo efeito da correnteza, está sendo levado a uma grande queda d'água. O primeiro, passivo, fica imóvel e contém suas ações. O segundo levanta-se e xinga, reclama, procura culpar alguém. O terceiro pega o leme, começa a remar, tenta fazer o motor pegar e, se não tiver sucesso, pula na água e tenta salvar-se. Este último assumiu o medo -a emoção- e agiu. Agiu em direção a um resultado efetivo.
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