É assim que me refiro à coluna vertebral ao subir, lentamente, vértebra por vértebra. E sempre me reporto a um dos melhores livros que li. A autobiografia de Pablo Neruda: "Confesso que vivi".
O grande poeta chileno passou sua infância nos arredores dos grandes lagos daquele país. E conta como, ainda criança, encontrou um cisne fraco e doente. Cuidou dele dias a fio. Alimentava-o levando pequenos peixes a seu bico. E relata quando sentiu, "como uma grande fita que se desenrola, o pescoço cair por sobre seu ombro". E a frase, linda, fecha o pensamento:
- Assim eu descobri que os cisnem não cantam quando morrem.
Um poeta contando sua biografia.
Apesar da imagem com luzes de relativa tristeza, lembrem-se de desenrolar suas colunas ao levantar-se. Como uma fita.
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