Dubai, capital dos Emirados Árabes Unidos, vinha sendo a vedete do consumo. Mais de 1,5 milhão de habitantes e, diziam, 30% dos guindastes de construção do mundo... Shoppings Centers megalomaníacos, torres futuristas, cidades inteiras construídas onde antes era apenas água. Ou deserto. Verdadeiras hordas de bárbaros estrangeiros invadiam a cidade contratados pelas empresas ou em busca de valorizados empregos. Seduzidos, compraram automóveis, moradias, bens... Bom para a economia, não é? Não.
O jornal O Estado de São Paulo trouxe, neste domingo, uma reportagem intrigante. Lá, nos Emirados Árabes, quem não pagar suas dívidas é detido. Sim, vai para a prisão (se a moda pega por aqui...). Pois veio a crise mundial. Uma crise provocada, em suas entranhas, pelo desequilíbrio da sedução do consumo e do lucro. Uma crise que pode ser o sinal de que os recursos estão diminuindo. Uma demonstração de que, mais do que nunca, precisamos observar nossas decisões de consumo.
Sim: Dubai. A reportagem informa que o aeroporto está repleto de automóveis abandonados por proprietários que perderam seus empregos, não conseguiram outros e, para não serem presos, fugiram do país... Alguns, educadamente, deixaram até bilhetes no parabrisa, desculpando-se. Os jornais, que antes pareciam mais um informativo de agência de empregos, de tantas opções, afinaram. Quase não há demanda por novos trabalhadores.
O protecionismo, vilão momentâneo da economia mundial, também pode ser a representação da esperada "guerra pelos recursos", em função da previsão de escassez. Os estudiosos da economia do meio ambiente afirmam, há bastante tempo, que, independentemente da discussão de ser a ação humana causadora de variações climáticas e o aquecimento global, há ações preventivas urgentes. Uma delas é adequar o consumo à realidade e isso pode significar ajustes no custo, e preço, de produtos e bens dependentes de recursos naturais críticos.
Dubai transformou-se em maquete da realidade econômica mundial, uma espécie de visão antecipada. Aqui, no mundo dos mortais e dos comuns, vamos nos preparando para conhecer opções de novas formas de consumir. Educar nossas famílias, amigos, alunos, parentes, próximos, para uma nova realidade que, se for enfrentada a tempo e com realismo, pode ser melhor do que a atual...
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